Dragon Age II

Ano de lançamento: 2011
Gênero: RPG.
Plataformas: XBOX 360, PC *testado no 360
Estúdio: BioWare
Distribuído: Eletronic Arts

Em uma jornada de dez anos, vemos a trajetória do campeão de Kirkwall...

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Caso acompanhe o blog já deve ter visto que eu gostei bastante do Dragon Age original e que eu fiquei receoso com as mudanças que aviam sido prometidas para essa continuação e irei começar por ai... Mas antes de começar, quero deixar claro que a analise foi comprometida por diversos fatores, que você deve notar no decorrer.

A primeira grande mudança anunciada era no game play que seria em terceira pessoa e um combate mais realístico... O que mudou na verdade foi que aproximaram um pouco a câmera (não chega a ser uma terceira pessoa igual no GTA) e o combate não teve grandes mudanças, continua tendo a roda de comandos, poder comandar e dar pré-ordens para os outros personagens que te acompanham, tem os poderezinhos e tal, nessa parte o que mudou foi que ao invés de mandar atacar apenas uma vez e ‘’assistir’’ seu personagem atacando o oponente e em caso de vitoria partir para o mais próximo, agora você precisa ficar massacrando o botão de ataque, cada ataque é preciso comandar o personagem (que você esta controlando) senão ele vai ficar parado olhando, tudo bem que já que você esta controlando, faz sentido você err... Controlar (naaaãoo), mas é bem chato já que não tem um botão de defesa ou mesmo esquiva. É interessante jogar com um mago, mas outra classe de combate que não se baseia tanto nas ‘’skills’’ (os poderes) é bem chato ter que ficar mandando atacar para todos ataques.

Continua tendo três classes, agora elas são menos genéricas e podem seguir dois caminhos, exemplo um ‘’rogue’’ pode optar por usar duas laminas ou um arco (ou os dois, mas não aconselho) o ‘’warrior’’ pode ser de arma e escudo ou arma que precisa das duas mãos para utilizar. A parte chata é que antes dava para adaptar o personagem para outro estilo no meio do caminho e agora não da mais, como cada classe utiliza melhor cada atributo, seu equipamento fica limitado (alem das armas que são bloqueadas por classes) no meu caso o primeiro personagem era um rogue com duas laminas e foi bem chato ser impedido de usar meu combo do primeiro (dois machados) e armaduras mais pesadas (já que a idéia da minha classe é um guerreiro que abre baús e tem ambidestra).

Na criação do personagem não conta mais com raças, mas agora é possível escolher um personagem padrão (aquele com a cicatriz no rosto que aparece nos vídeos promocionais), um dos cinco modelos com características próprias ou customizar e criar seu personagem. Sua família no jogo (irmãos e mãe) tem os traços do modelo que você escolheu (antes de customizar) tirando cor dos olhos e cabelos, apesar de completamente inútil é uma novidade bacana, seria mais interessante, no entanto se eles tivessem características após a customização ou que sua família tivesse um impacto maior (e duradouro) no jogo.

A historia não chega a ser tão limitada como parecia, são dez anos ao todo, basicamente sendo divididos em capítulos, a fuga de Ferelden ainda com a Blight e a chegada a Kirkwall, a ascensão na cidade, uma guerra e a resolução de um assunto pendente. Mas nesse período você tem varias escolhas, pouca coisa realmente afeta o cenário (similar ao DA original) e só vai notar mesmo o que mudou caso se de o trabalho de ler as cartas, tipo ao poupar uma maga ela depois te escreve contando como está sua vida, a única mudança realmente visível é uma estatua que é construída em homenagem a um herói.

Temos vários rostos conhecidos dando as caras, como a Merrill (lá do clã de elfos) e a pirata Isabela (que te ensina ‘’duelo’’ no prostíbulo do primeiro jogo) agora são companhias, tem o retorno do Anders, alguns anões, alguns resultados de quests do primeiro jogo, como o Alistair no bar, referencias a Shale ou o Zevran (principalmente com diálogos com a Isabela) e a Leiana no final fazendo uma ponta. Como você é outro personagem, que não possui nenhuma ligação com o do primeiro jogo... Acaba sendo legal ver possíveis resultados de suas ações no jogo anterior, mas não tem uma ligação forte.

E o que me deixou mais puto foi o roteiro maior, aquele que envolve a Morrigan (que é apenas citada) a mãe dela que faz uma participação no jogo, mas some e não da às caras depois e eu e todo mundo que jogou o primeiro jogo, sabemos que esse roteiro vai ser feito, mas não foi na continuação o que desaponta já que possivelmente vai ser um add-on filha da puta, pago ou mesmo um terceiro jogo, nada disso foi anunciado, mas como falei agente sabe que vai acontecer (imagem um filme que termina sem revelar o assassino).

Em outras palavras a historia do Dragon Age II tem uma ligação apenas com o cenário do primeiro. É boa, mas mesmo que a intenção era a de criar um novo publico (que não jogou e nem precisa jogar o primeiro) EU joguei o primeiro e quero saber o que raios aconteceu com a Morrigan, com meu personagem do primeiro jogo, porque a mãe da Morrigan (que como podem ver, esqueci o nome) continua viva, os Darkspawn que começaram a falar... Enfim eu quero uma continuação e não apenas detalhes por alto.

Caso não tenha jogado o primeiro ou não de importância, DA II tem uma boa saga, o que peca é alguns momentos chave que não te dão muita liberdade, no começo um de seus irmãos vai morrer e não da pra fazer nada a respeito e coisas do tipo (evitando spoilers) e a falta de um final digno. Como sua historia é contada pelo anão Varric ela termina sem respostas do que aconteceu com você e suas companhias (Varric apenas diz que todos se separaram, tirando claro seu interesse romântico) e por que estavam interessados em sua historia também continua um mistério, em outras palavras, acaba, mas não termina (a essas alturas, você é um de nos que sabe que vai ter uma continuação, mesmo que não tenham anunciado nada) há sim a única coisa boa do final é que são videozinhos.

Dragon Age II também é um jogo preguiçoso, tem poucas localidades (que é aceitável, como também tem a passagem de tempo e tal), mas as dungeons e os interiores dos lugares também são bem repetitivos, se entrou em uma caverna, todas as outras vão ser quase iguais, com a única diferença sendo barreiras em determinados lugares e outros tipos de inimigos, o único esforço que fizeram para tentar deixar diferente foi alterar a entrada com a saída (na primeira caverna você entra por um lado, na segunda entra pelo outro), mas obviamente da para reparar nisso e lá para terceira caverna já está chato e você já sabe de cor aonde tem itens ‘’escondidos’’. As cutscenes são boas, tem mais diálogos (com voz) que o anterior.

As dublagens são boas, o nível dos diálogos também, conta com mais referencias, não só do primeiro jogo como falei, algumas obvias do Anders falando do gato, da Isabela falando do Zefran (que se não morreu também faz uma ponta), algumas sutis com a população de pombos diminuindo em Ferelden (Shale) ou encontrar a ‘’Blade of Red Jenny’’ para comprar, como também referencias popular, um cara no bar fazendo referencia do Arquivo-X, quando você se muda de casa olha pela janela e tem uma referencia do ‘’Ugly Naked Guy’’ (FRIENDS, sim FRIENDS) entre outras. Alem de um monte de textos falando sobre o cenário, ver as diferenças entre Kirkwall e Ferelden também é interessante, principalmente com a forma que os magos são tratados.

O relacionamento com as companhias agora é mais fácil, porque ou viram amigos ou rivais, mas sempre vão estar juntos (amenos que seja algo a respeito do roteiro) o que muda em ser rival ou amigo é um bônus especial, diálogos e quests especificas. Com alguns personagens chega a ser mais vantajoso ter como rival, as opções de diálogos são por roteiro (não adianta tentar conversar com algum amigo se o roteiro não indicar que é para conversar) o que é chato, as escolhas de dialogo são no mesmo esquema do ‘’Mass Effect’’ opção de cima ‘’boa’’, do meio ‘’sarcástica’’ e a de baixo ‘’bruto’’ e seu personagem ganha características caso escolha uma opção em demasia, com frases especificas durante os combates, o que é bom, o engraçado é que no primeiro era possível escolher as vozes na criação do personagem, mas você não ouvia seu personagem falando os diálogos apenas frases soltas, agora na continuação você ouve em todos os diálogos, mas é limitado por um dublador masculino ou um feminino.

Muitas skills deixaram de existir, ainda é possível criar runas, poções e venenos, mas agora não é preciso ter a skill pra isso, apenas os itens, a formula e uma mesa para ‘’encomendar’’, a colheita de material para criação agora também é mais dinâmica, você encontra um ponto que tem o material e pronto, não precisa ficar procurando plantinha ou colhendo de arbusto em arbusto. Suas companhias agora só trocam de arma, por um lado é mais pratico que não precisa ficar equipando armaduras melhores, por outro é chato eles sempre com as mesmas roupas.

Nota: 8 como um jogo avulso 6 para a continuação do DA:O

Têm gráficos melhores, mais diálogos, mais opções (só tem uma companhia hetero o resto é tudo bi, só isso já aumenta incrivelmente as opções de relacionamentos), mas cadê as respostas? Cadê a continuação da historia? E mesmo as mudanças mais significativas, poderiam ser melhoradas, como no caso da mecânica de jogo, afinal se é pra controlar que desse para defender ou esquivar e não ficar apenas batendo nos botões.

Para: Quem não jogou Dragon Age: Origins, quem jogou e gostou muito, vai com calma e não espera respostas, que ai você se diverte (só comecei a realmente gostar na segunda vez)

*Shame on you! Pt2. Assim como o primeiro conta com um DLC logo na estréia, caso comprou o jogo novo tem um código gratuito, caso comprou usado é preciso comprar o DLC a parte.

**Varric é engraçado de ter no grupo, mas meu grupo é com Aveline a guerreira honesta, Merrill a maga bobinha e Isabela a pirata maliciosa, que rende diálogos bem engraçados (aconselho pelo menos uma vês ter esse grupo fixo até o final), a Bethany com a Isabela rende boas risadas também, Anders e Fenris ficam brigando...

***Melhores armas e armaduras varia por arco na saga, a ultima é a armadura completa de Champion.

****Eu não consegui prevenir a guerra contra os Qunari, acho que não dá e das duas vezes que joguei os magos e os templários entraram em disputa no final também...