Páginas

sexta-feira, setembro 06, 2013

Shadowrun Returns


Ano de lançamento: 2013
Gênero: RPG isométrico
Plataformas: PC, Android iOs *testado no PC
Estúdio: Harebrained Schemes
Distribuído: Harebrained Schemes

Um dos criadores do RPG de mesa Shadowrun e fundador da FASA Interactive, Jordan Weisman apresenta esse RPG ‘’oldschool’’.

Leia Mais...

Shadowrun tem um cenário bastante atípico, misturando ficção cientifica cyberpunk (estados privados, mega corporações envolvidas com conspirações obscuras e a violência sem controle) com fantasia, magia, raças comuns em fantasia medieval como orcs, trols e elfos... A primeira vista parece uma mistureba ridícula e que não funciona, mas pelo contrario funciona muito bem, inclusive eu acredito que o filme Matrix se inspirou nos combates do jogo, com implantes biônicos e magia que fazem dois combatentes brigando parecerem meros borrões para uma pessoa comum, ou dos tiroteios ensandecidos.


No mundo dos videogames shadowrun teve duas versões como mesmo nome para SNES, uma para o MegaDrive (Genesis) e uma das versões do SNES saiu também para Sega/Mega CD, esses jogos eram RPG, a versão do MegaDrive você até podia escolher entre três classes um samurai urbano (combate), um shaman (magia) e um decker (combate na matrix). Anos depois foi lançado Shadowrun (todos os jogos se chamam apenas Shadowrun) para PC e Xbox 360, que talvez você tenha ouvido falar simplesmente porque foi um dos primeiros jogos a conter textos em português no cenário, infelizmente o jogo não tem historia e era um mero jogo de tiro em primeira pessoa competitivo (focado no multiplayer, mas com bots), que foi abandonado com os servidores sendo fechados cerca de dois anos depois do lançamento.

Shadowrun Returns foi financiado por kickstarter e a proposta era retornar aos antigos RPGs lançados para os consoles 16bits, teve sucesso no financiamento (se não me engano concluiu a meta em um único dia).


A historia que vem com Shadowrun Returns é muito boa para quem conhece e gosta do cenário, tem seus clichês principalmente porque a ideia é de ser uma historia ‘’noir’’ de investigação e mistério, então pode esperar ‘’femme fatale’’ e um ar mais sujo, também faz um bom trabalho para apresentar o cenário, mostrando a magia, a tecnologia e os combates na matrix (não do filme, mas a parte hacker do jogo é feita com avatares representando as ações), digo a historia que vem com o jogo, porque o jogo também oferece uma ferramenta para criação de novas historias, as pessoas que ajudaram o kickstarter ganharam uma historia exclusiva amarrando a trama dos jogos do SNES com o do MegaDrive e eu acredito que a própria empresa chegue a lançar novas historias.

Você pode criar seu personagem como preferir inclusive escolher a raça, vai ter impacto nos diálogos e o inicio é sobre uma investigação a morte de Sam Watts que obviamente vai dar em algo bem maior que o esperado.

A visão do jogo é isométrica (tipo Fallout 1 e 2) com cenários fechados, o sistema é de estratégia por turno bastante similar ao novo XCOM, sendo fácil de assimilar e não tendo tanta coisa pra atrasar a ação.

O maior problema do jogo é que ele não foi feito para um publico novo e digo isso como um problema porque eu duvido que a molecada vá gostar e um produto precisa vender e dar lucro... Shadowrun Returns não tem nenhum áudio de voz para os diálogos, acredito que tenha apenas umas quatro musicas durante a campanha toda, nenhuma cutscene, é linear no sentido de você poder escolher seu caminho, mas o resultado sempre vai ser o mesmo o que vai diferenciar é a forma, você pode ser grosso com um npc, mas vai chegar ao mesmo lugar que sendo gentil, por exemplo, e acredito que o jogo não tenha múltiplos finais (até agora só vi um mesmo fazendo algumas coisas diferentes).

Talvez por eu gostar muito do cenário e dos jogos antigos, não me irritei com isso e nem ao menos vi como um grande problema jogando, mas já li vários comentários criticando que esperavam algo similar ao que acontece com os jogos plataforma ‘’8bits’’ que tem hoje em dia, que é pegar o jeitão antigo e tacar um monte de recursos novos...

Nota: 9

Um nove bastante parcial porque as 10 a15 horas de jogo com a historia principal me fizeram relembrar o porque gosto de Shadowrun e me desligaram dos ‘’defeitos’’ ou melhor, das limitações, tem até o Jake Armitage (personagem do jogo de SNES) e varias referencias que acabam virando piadinhas pra quem gosta.

Para: Quem gosta do cenário, dar uma chance com a mente beeeem aberta.


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário