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sexta-feira, abril 05, 2013

Tomb Raider



Ano de lançamento: 2013
Gênero: Ação em terceira pessoa
Plataformas: Xbox 360, PS3, PC *testado no Xbox 360
Estúdio: Cristal Dynamics, Eidos Studios - Montreal
Distribuído: Square Enix

O reboot (reinicio) da franquia Tomb Raider, com uma jovem Lara Croft.

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Nunca gostei muito de Tomb Raider, até tentei gostar porque vocês já devem ter percebido que eu gosto bastante de protagonistas femininas (lutadoras, vocalistas, atrizes...), mas sempre achei a mecânica dos jogos ruins para meu gosto pessoal, muito exagerado...


Com a noticia do reinicio da franquia me trouxe esperança, até cheguei a comentar com amigos que sempre quando rola um reboot o jogo acaba sendo focado para outro publico, um que não sentiu vontade de jogar os jogos anteriores ou começar com a franquia do jeito que tava e eu me incluo nesse caso.

O jogo tem inicio com belos gráficos em uma cutscene que apresenta tripulantes em um barco, a equipe de Lara em sua primeira expedição em busca do império perdido dos Yamatai (que é baseado em mitologia real). O navio sofre um acidente e eles vão parar em uma misteriosa ilha e lá encontram grupos mais misteriosos ainda.

É inevitável fazer algumas comparações com os jogos Farcry 3 (grupo jovem, ilha com malucos tentando matar eles, protagonista tendo que se transformar em um/a guerreiro/a) e um pouco com o seriado LOST (ilha misteriosa cheia de mistério com pessoas misteriosas), mas mesmo assim Tomb Raider consegue ter cara própria, não só no roteiro da ilha, seus habitantes e mistérios, mas também no roteiro da garota tentando provar a si mesma que consegue e é capaz de se aventurar como seu pai e tendo que se sobressair nessa situação caótica em que se encontra se tornando uma guerreira.

A parte da ilha e dos ‘’nativos’’ é em grande parte contada por diários, anotações e artefatos arqueológicos (que trazem realmente informações históricas e você pode manipular eles), por um lado motiva ficar explorando, por outro se você não encontrar o item acaba perdendo uma parte interessante da historia.

Já a transformação de Lara é bem explicita, com ela no começo agindo como uma garota assustada ‘’Ok, Ok, Ok, o que vou fazer agora!?’’ e tendo que agir para sobreviver. A direção do jogo merece meus parabéns, porque seria muito fácil agir de forma politicamente correta, com uma jovem e bela heroína super fodona, ou inimigos bundões, mas é o contrario os inimigos barbarizam Lara, quando mostra ela apanhando não é um soquinho e pronto caiu acabou, nãaaao é um murrão, pontapés com a garota no chão sem dó nenhuma. Veja bem eu não aprovo a violência contra mulheres (ou contra quase qualquer um pra ser mais especifico), mas se o roteiro pede que o personagem apanhe para se levantar e justificar ter que lutar e matar para sobreviver, então não dá para pegar leve senão o protagonista é que fica parecendo o vilão da historia, e um dos meus problemas com heroínas é justamente de não convencerem porque os escritores tendem a ‘’pegar leve’’ por ser mulher.

A primeira vez que Lara mata inclusive é porque ela já apanhou bastante, viu que não tinha jeito e um cara estava tentando estuprar ela. O que torna muito mais convincente essa garota rica (não psicopata) lutando para sobreviver. Quando você morre rola pequenas cutscenes que variam conforma forma que morreu, mas também são bastante violentas.

O roteiro é moderno, ‘’mais dark’’, mas é um dos raros casos que fizeram direito, não é pesado só pra ser pesado, é pesado com um propósito simples que é o de definir a personalidade de Lara e só isso, não tenta dar lições de moral, mudar sua percepção com o mundo ou ganhar algum premio. Mas é muito bem feito. O meu único problema é com a equipe da Lara, que achei que faltou mais relatos deles durante o jogo ou talvez uma introdução melhor para que eu me importasse um pouco mais e rola uma traição que da para ver logo nas primeiras cenas do jogo ela chegando...

O visual de Lara segue a mecânica do jogo, lembra as raízes, mas é diferente, Lara é jovem, continua sendo bonita, continua tendo seios fartos, mas não são enormes, continua chutando bundas e continua com seu cabelo amarrado em um rabo de cavalo. Só que agora usa calças e tem um físico mais realista. Já a mecânica do jogo continua sendo exagerada, mas é um exagero mais próximo a realidade, ainda da para cair de lugares bem altos sem morrer, saltos e escaladas dignas de qualquer filme de ação, assim como tiroteios. Lara agora também usa apenas uma pistola por vez o que também é bem mais realístico.

Agora temos um arsenal disponível, pois as armas podem ter upgrades, que vão de itens como mira, cartucho maior ou até mudanças completas, as mudanças são também visuais e se você prestar atenção realmente mudam durante o jogo, se colar um cartucho maior na pistola, vai ver no modelo do inventario o cartucho maior, mas também quando Lara for usar a arma vai conseguir ver que ela esta diferente, temos um machadinho de escalada que pode ser usado para lutar, pistola, escopeta, metralhadora e o arco e flecha que ganha upgrade para flechas explosivas, em chamas e com corda para atingir lugares, resolver enigmas ou puxar inimigos. Você pode caçar animais e colher plantas para recuperar energia e ganhar XP, que vai evoluir o personagem abrindo novas habilidades.


O combate é macio, não é perfeito, mas é bom o suficiente como existem habilidades que te dão praticamente ‘fatalities’’ com execuções para todas as armas acaba sendo divertido gastar alguns pontos nisso e não ficar só dando tiro ou caçando com o arco. Ficar dando tiro também é bem legal, mas me diverti mesmo em ficar espreitando atacando com o arco, ataques ‘’stealth’’ e usando o cenário, como falei da de puxar os inimigos com uma flecha que tem uma corda amarrada e é bem interessante puxar aquele inimigo distraído na beira do penhasco.

O jogo é ‘’aberto’’, lembra um RPG, o roteiro pede que você corra para o objetivo, mas quase sempre é possível ignorar e ficar zanzando, explorando a região, da para encontrar tesouros, tumbas e muitas vezes você tem pequenos enigmas de ‘’como chegar ali’’, a parte boa é que a grande maioria tem mais de uma forma de resolver, pode ser pulando, pode ser escalando, usando itens, tacando fogo...

O cenário é ‘’aberto’’, existem bloqueios, mas são parte do cenário e não paredes invisíveis, e ou você vai ganhar um item no futuro que vai dar de explorar essas áreas bloqueadas, ou vai voltar em alguma parte da historia para o local quebrando/abrindo aquele bloqueio. Tem bastante quicktime events, mas são realmente ‘’events’’ e não parte da mecânica de combate tem as cenas que você precisa apertar botões na hora certa, mas elas são cenas intensas e geralmente são comandos que não da para usar normalmente. As dublagens são boas (gostei muito da voz da Lara), a trilha sonora orquestrada também.


Conta com um modo multiplayer, que não joguei, mas pelo que vi lembra bastante Uncharted e bem... Foda-se, Tomb Raider copiou Uncharted que copiou Tomb Raider que copiou Indiana Jones que copiou historias pulp da década de 20... E o que importa mesmo é que seja bom, deixa as questões de direitos autorais para advogados.

Nota:

Por ser um bom jogo, por ser um jogo que conseguiu trazer meu interesse a uma franquia que eu não gostava e agora eu estou torcendo para jogar o próximo e ver as novas aventuras.

Para: Ver uma heroína que convence

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