Páginas

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

The Walking Dead: The Game


Ano de lançamento: 2012
Gênero: Point and Click
Plataformas: XBOX 360, PC, Mac OS X, iOs, PS3 *testado no 360
Estúdio: Telltale Games
Distribuído: Telltale Games

Jogo inspirado nos quadrinhos de mesmo nome, que contam uma versão do dia Z onde os mortos voltam a caminhar na Terra...

Leia Mais...

Provavelmente você já deve ter ouvido falar desse jogo, ainda mais porque ganhou o premio sem moral nenhuma da Spike TV como ‘’jogo do ano’’ e daí pra frente um monte de lugar começou a elogiar... Ou talvez por ‘’ser o jogo do seriado de zumbi’’.


Telltale Games já fazia jogos nesse estilo ‘’point and click’’ você aponta pra onde quer ir e ‘’clica’’, inclusive seus jogos anteriores também foram lançados em forma de episódios por download e tiveram versões completas em disco com todos os episódios.

The Walking Dead: The Game foi lançando em abril de 2012 e foi prometido um episodio por mês totalizando cinco episódios, infelizmente a Telltale Games não teve competência para cumprir o prazo e a maioria dos episódios saíram com cerca de dois meses de diferença de um para o outro.

A Telltale Games também fez promessas pretensiosas sobre como suas escolhas interferem no roteiro, inclusive dando entrevistas criticando a BioWare com seu Mass Effect 3 por terem errado prometendo mais do que poderiam cumprir...

Infelizmente a empresa também não foi capaz de cumprir essas promessas! Se você torceu o nariz e já começou a pensar em uma resposta do tipo ‘’é apenas um jogo’’ eu lhe pergunto o que raios esta fazendo lendo a analise a opinião de outra pessoa para ‘’só um jogo’’, caso ache perfeitamente normal e aceitável que empresas façam propagandas enganosas e trouxa é quem acredita, eu sinceramente espero que você viva em uma cabana isolado na montanha.

Mas voltando ao jogo... Ele tem um gráfico interessante é bem bugado e não tem patches de correção, mas a arte lembra demais o estilo do gibi o que é muito bem vindo, ainda mais em cores vibrantes.

Os efeitos sonoros e principalmente as dublagens são ótimas.

A jogabilidade é ‘’point and click’’ com pequenos elementos de RPG e ‘’quick time events’’ (aquelas paradas de apertar o botão certo no tempo certo). Não tem muita novidade ou diferença de outros jogos o que é interessante é a parte do RPG, não tem nada de RPG eletrônico, mas a ideia de ‘’aventura solo’’ é que chama a atenção, você tem em media quatro opções de como agir ou o que falar em diálogos escolhendo seu próprio caminho, podendo ser mais grosso, gentil, honesto ou egoísta.

Isso também é o pior defeito do jogo, pois te da uma ilusão de escolha, de que suas escolhas realmente importam e vão alterar a historia como é prometido, mas na pratica não é bem assim, você tem uma grande serie de opções a cada capitulo, mas apenas um ou duas realmente alteram alguma coisa e apenas dura o capitulo em questão porque no próximo não vai fazer grandes diferenças. Essa ilusão não dura até o final dos episódios e esse é o problema, quando você descobre que não importa o que você faça os grandes momentos sempre serão daquele jeito pré-determinando, não tendo nem ao menos uma segunda opção possível, se o personagem vai morrer, ele vai morrer e pronto, não importa o que você faça, o que pode mudar são alguns detalhes de como o personagem morre.


E isso é extremamente frustrante, alem da ironia do ‘’sujo falando mal do mal lavado’’ que é a Telltale criticando a BioWare e fazendo a mesma besteira e tratando o consumidor como uma criança enquanto enche o rabo de dinheiro e o pior de tudo é que infelizmente muitos consumidores agem como crianças e aceitam isso inclusive apoiando, mostrando que a indústria de games é a indústria de brinquedos, basta lançar o próximo mais brilhante que ta tudo certo ninguém da bola.

O que da mais raiva é que a ideia do jogo é muito boa, essa coisa de aventura solo dos livros de RPG foi uma surpresa bem agradável e conseguiu conquistar até os não nerds que jogavam por livros. Alem do roteiro do jogo que é ótimo, inclusive em minha opinião superior ao seriado e até mesmo ao gibi que entrou em ciclo eterno de ‘’nos humanos é que somos os monstros’’ e não sai mais disso. O roteiro do jogo é com um grupo diferente de sobreviventes no mesmo cenário, você joga com Lee Everett um professor universitário condenado por assassinato, que encontra uma menina sozinha em meio à situação caótica. Alguns personagens dos quadrinhos têm participações como a fazenda do Hershel e o Glenn, mas obviamente nada muito profundo. É um roteiro com personagens interessantes e é fácil sentir algum tipo de emoção nem que for de raiva, mas seja qual for à emoção você se importa com o que vai acontecer seja torcendo a favor ou pelo fim e tem vários momentos marcantes.

Infelizmente como tudo que faz sucesso, gera ganância. E já foi anunciado que o jogo vai ter novas temporadas, foram cinco episódios que concluem o arco de um dos personagens, mas deixa em branco todos os outros com um gancho safado para a continuação da temporada que ficou bem claro que vai ser com os mesmos personagens.


Cada episodio tem cerca de duas horas de duração jogando, você não vai enfrentar grandes desafios o máximo de dificuldade que pode encontrar é com alguma mecânica ruim ou pouco intuitiva.

Nota: 8

É um ótimo jogo, valeu a pena à experiência. Porem a empresa é tão picareta quanto os ‘’vilões dos games’’ mente igual o Peter Molyneux, é tão gananciosa quanto a EA e o pior de tudo é considera uma empresa honesta pela maioria. Se não tivessem mentido tanto continuaria sendo um ótimo jogo e se a continuação fosse com um grupo inteiro de novos personagens ia vender tanto quanto ou até mais. Não é o melhor jogo do ano, ou tão bom quanto pregam por ai, mas é bem divertido e valeria uma conferida caso não fosse ajudar a propagar esse comportamento da indústria.

Para: Entrar no dilema ‘’rouba, mas faz’’ é melhor do que nada, mas não deveríamos esperar ‘’faz, mas não rouba’’?*

 *Não seja chato, você entendeu a metáfora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário