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sábado, dezembro 08, 2012

The Hunger Games (Jogos Vorazes)


Diretor: Gary Ross
Ano: 2012
Roteirista: Gary Ross, Suzanne Collins, Billy Ray
Gênero: Ação, Aventura, Drama

A versão menininha do Battle Royale.

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Foi o que imaginei no momento que ouvi falar sobre essa serie de livros, ao ler a sinopse até achei que era um ‘’remake’’ americano do livro Battle Royale de Koushun Takami publicado em 99 e em 2000 ter virado o péssimo filme e o ótimo manga de mesmo nome, só que uma versão menininha, similar ao que o mito dos vampiros virou com Crepúsculo...


Não é Battle Royale, apesar da ideia bruta ser exatamente igual, um futuro totalitário que criou um ‘’jogo/reality-show’’ em que jovens se matam e o objetivo é uma forma de entretenimento e esperança, similar aos gladiadores romanos ‘’Panis et circenses’’, pão e circo. Mas diferente de Battle Royale o jogo que da nome ao titulo do filme e da serie de livros ‘’The Hunger Games’’ não é o foco principal.

Nesse cenário futurista existem doze distritos, ouve uma guerra no passado em que os distritos se rebelaram e perderam o governo então criou esse jogo em que um casal de cada distrito compete, para ‘’lembrar’’ a guerra e a ideia é trazer orgulho aos distritos, cada um desses distritos também possui uma função tipo um distrito é agrícola e cuida da plantação para os outros distritos, mas toda essa parte dos distritos, suas funções, porque o alimento é tão racionado se o filme faz questão de mostrar enormes florestas, como realmente funciona esse jogo em que jovens são sorteados, mas também existem voluntários, enfim como realmente funciona esse futuro e o que tem de novo nele... Também não é o foco principal.

Se a porra do jogo que dá nome não é o foco principal e nem o cenário então deve ser o desenvolvimento dos personagens e uma mensagem profunda sobre a sociedade? Nop.

O foco é o romance e o triangulo amoroso com suas repercussões...

Mais da metade do filme não é com o jogo rolando, o inicio se resume a mostrar bem superficialmente a personagem principal e seu namoradinho, no melhor nível ‘’mocinha de novela’’ com situações bastante forçadas para tentar te obrigar a sentir empatia, depois o roteiro faz o mesmo, mas agora com o segundo pretendente. No meio disso parte do cenário é mostrado, mas ao invés de focar em como o cenário funciona se preocupa muito mais a mostrar como é a moda, o que a garota veste e como é a parte da mídia no futuro. Isso não chega a ser um problema, provavelmente vou tomar pedrada, mas eu imagino que a autora tenha tentado desenvolver um paralelo com a indústria da moda/fama/entretenimento em que as pessoas são mais personagens do que realmente elas mesmas e que esse angulo atraia mais a atenção feminina.


Não que também seja algo bom, mas afinal o errado fui eu marmanjão com a delicadeza de um pangaré, em ter ido atrás.

A parte do jogo mesmo não tem praticamente nada acontecendo, logo na primeira cena da disputa quase metade dos participantes é eliminada e o jogo mesmo não tem muita coerência do aspecto de entretenimento, mostrando que apenas o distrito mais luxuoso é que se diverte e os ‘’diretores’’ do show para tentar controlar acabam colocando os participantes em situações que poderia resultar na morte de todos eles, sendo totalmente incoerente incluindo a proposta do final de ser algo ‘’bonitinho e esperançoso’’. Mas como falei o jogo não é o foco principal...

Durante o jogo o foco maior é o romance aflorando e esse é o problema. O roteiro não desenvolve os outros participantes, o filme se torna previsível ao ponto de você torcer para que aconteça o impossível, que a personagem que não matou ninguém e só corre é que seja a vencedora, que a criancinha boazinha é que mate todo mundo e se revele a vilã, que toda a coisa ‘’bonitinha’’ do romance adolescente seja interpretação e algum dos dois apunhale o outro enquanto se beijam que soe as trombetas o chão se abra e demônios comecem a ceifar as almas dos inocentes! Que aconteça alguma coisa alem do obvio, previsível e chato pra cassete, romance padrão clichê. Mas não acontece, veja bem não sou tão incessível assim eu mesmo acredito em amor, mas não acredito da forma como é mostrada, não da nem pra torcer pro casal porque eles têm a maior sorte do mundo, sempre que parece que vão ter algum problema algo acontece para salvá-los e o único mérito mesmo é deles serem um casal.

A direção tenta ser ‘’edge’’ moderninha com vários cortes e alguns ângulos estranhos com a câmera muito próxima aos rostos, mas é bem meia boca. Com direito a ‘’cena dramática com musica mela-cueca mostrando (sombras, siluetas, tudo off-camera) mortes de jovens em câmera lenta’’.

A trilha sonora combina perfeitamente com o filme, me deu sono.


As atuações... É provavelmente a única parte que não tenho do que reclamar, porque o único grande defeito que vi foi mais em relação personagem Katniss (Jennifer Lawrence) ser ‘’durona de fachada’’ e isso é do roteiro.

Nota: 3

É um romance/drama com casal de adolescente, com um cenário futurista e um jogo violento (que não mostra nada assim tão violento) de fundo. Ou seja, na maior parte não acontece nada e quando acontece não tem graça. Mas a culpa é minha afinal eu é que escolhi ir assistir um filme feito para jovens adolescentes, baseado em um livro infanto-juvenil escrito por uma mulher que foi aclamada pela grande mídia. *

Para: Ficar com sono.

*Caso você seja uma feminista e se sentiu ofendida com meu comentário, respire...
O problema não é ser escrito por uma mulher, o problema é que foi escrito por uma mulher e foi reconhecido pela mídia, isso geralmente significa que é mais uma obra onde uma personagem feminina forte, não é na verdade tão forte assim e precisa de um macho, ela não pode ficar solteira, ela não pode ficar com uma garota, de preferência que fique na duvida entre dois machos cada um praticamente se completando e ambos prontos e disponíveis para quando ela decidir e a obra toda gira em torno disso o resto é apenas cenário, seja vampiros, seja lobisomens, seja alienígenas, demônios, anjos o que for, é só cenário para o romance... É assim com praticamente tudo que é feito por mulher e acaba virando algo maior e vocês sabem muito bem disso! **

**Para os homens que se sentiram ofendidos com meu comentário... Parem de frescura.

 

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