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sexta-feira, setembro 07, 2012

Vanishing Point (Corrida Contra o Destino)


Diretor: Richard C. Sarafian
Ano: 1971
Roteirista: Guillermo Cain, Malcolm Hart, Barry Hall
Gênero: Ação, Drama.

Kowalski é um entregador de carros que está levando um Dodge Challenger de Colorado a São Francisco.

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Barry Newman interpreta Kowalski que está empenhado para fazer essa viagem custe o que custar, acelerando o potente carro e confrontando a policia, enquanto um radialista chamado Super Soul (Cleavon Little) reporta os acontecimentos captados dos rádios da policia como se Kowalski fosse um herói, a ultima alma livre lutando contra o sistema.

Parece tosco pra caramba eu sei, mas é um filme dos anos setenta, quando o movimento hippie ganhou grande destaque porque os estados unidos estavam com uma forte repressão, e no trajeto da viagem de Kowalski é possível ver que o filme tem uma forte ligação com esse movimento, ele sendo retratado como um espírito livre, cultos religiosos que dispensam cobras porque agora tem musica, outras pessoas ajudando o rapaz, mostrando um sistema falho seja com a perseguição entrando em diferentes jurisdições entre estados ou mesmo com as origens do protagonista. Mas sem duvida hoje em dia fica difícil captar a mensagem, amenos que você entenda um pouco sobre os acontecimentos da época.

É um filme que também pode ser interpretado de uma forma mais ‘’cabeça’’ alem dessa interpretação da época, com as mulheres na vida do piloto representando a vida e a morte, uma nua, livre, mostrando uma colagem com imagens de grandes momentos na vida do homem, reluzente oferecendo opções e a outra misteriosa, fria, que some sem deixar vestígio.

Se você resolver interpretar, vai ver um filme muito mais interessante, mas é aquela coisa ‘’interpretar’’, por mais que faça todo sentido do mundo não necessariamente quer dizer que estou certo, no conceito de certeza universal afinal a minha interpretação é certa para mim... (PORRA Cruor para de divagar e faz a analise!).

Tirando as interpretações sociais e simbólicas. O roteiro do filme não faz tanto sentido ou tem lógica, é um motorista acelerando o carro, que acaba atraindo a policia e fãs devido ao programa de radio, não tem grandes explosões ou coisa do tipo é bem cru o carro em alta velocidade, mas a historia de fundo de Kowalski é interessante, basicamente é um cara que tentou fazer as coisas certas e não foi recompensado por isso e encontrou uma válvula de escape na velocidade e agora vive por isso e apenas isso.

A direção é boa, apesar de praticamente serem estradas retas e não ter grandes batidas nem nada assim, tem bastante coisa acontecendo, pode parecer aleatório, caso você resolva não interpretar nada.

As atuações não chamam muito a atenção, mas são boas por parecerem naturais.

Nota: 9

Eu interpretei o filme de uma forma que achei ele incrível, mas pode ser que você não concorde com isso, em todo caso é um filme maneirinho de carros potentes queimando borracha no asfalto (nota 7 por ai).

Para: ver lindas mulheres sem plástica e carros bebedores de gasolina roncando alto.

*minhas interpretações, com SPOILERS

Kowalski esteve na guerra do Vietnã foi ferido lá, teve baixa, se tornou policial, enfrentou seu parceiro que estava tentando estuprar uma usuária de drogas, foi reconhecido por isso, mas acabou sendo afastado da policia. Teve um relacionamento com a garota que salvou, ela morreu surfando, depois de perder tudo ele começou a correr, sempre sofrendo acidentes sérios, teve sua carteira suspensa e agora dirige chapado com anfetaminas.

O cara tentou e acabou sem nada, descobriu a velocidade e a única coisa que o mantém vivo, mas foi privado disso, agora tenta recuperar a emoção com as entregas de carro. Por isso ele corre tanto sem ligar para a policia, ele não tem nada a perder a única coisa que ele tem é a velocidade.

E no trajeto ele decide que vai ser a ultima, ele não esta dando à mínima para o que os outros pensam para o locutor de radio, as mulheres que ele encontra são sempre meio parecidas de forma intencional, à hippie nua na moto representa a vida, ela loira, ao sol, livre, perguntando se ele iria ficar e assim oferecendo uma escolha, quando ele decide que vai continuar ela mostra a colagem das matérias de jornal dele na policia sendo um ‘’flash’’ da vida dele. Ai Kowalski então se despede dos amigos e encontra a caroneira do cigarro, que é mais misteriosa e fria, representando a morte, ele aceitando pela primeira vez no filme um baseado e beijando ela ‘’aceitando’’ a morte e quando ela perguntou o que tem em Cisco (a cidade que ele vai entregar o carro e o ponto final da jornada) ele responde ‘’casa’’ (lar).

Por isso acabei achando um filme bonito. Fora a parte social que realmente acredito que representa as emoções do povo naquele período, no ano do lançamento do filme foi o pico dos protestos contra a guerra, por isso a minoria (o locutor da radio negro) apoiando o piloto contra o sistema e sofrendo por isso, com os rednecks atacando o estúdio tentando calar ele, mas o locutor aparecendo no dia seguinte...

Enfim interpretações são pessoais, não sou dono da verdade, mas do jeito que eu interpretei foi um filme foda!. E eu mesmo não tinha interpretado dessa forma até começar a fazer a analise e pensar mais a respeito.

FIM DOS SPOILERS

   

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