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sábado, agosto 04, 2012

Gears of War 3


Ano de lançamento: 2011
Gênero: Tiro em Terceira Pessoa
Plataformas: Xbox 360
Estúdio: Epic Games
Distribuído: Microsoft

Ambientado dois anos depois da inundação de Jacinto (segundo jogo) a humanidade trava sua ultima batalha contra a horda Locust.

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SPOILERS dos jogos anteriores e algumas informações do terceiro jogo a respeito do cenário.

Ignorando completamente qualquer outra forma de mídia, basicamente o cenário do Gears of War é o seguinte. A humanidade vive em um planeta chamado Sera e travou uma serie de guerras, a falta de combustível é uma realidade, mas foi descoberta uma ‘’emulsão’’ que funciona como um poderoso combustível e em abundancia, uma nova guerra pelo domínio do combustível acontece e o lado vencedor só consegue vencer depois de um ataque devastador usando uma arma letal chamada Hammer Of Dawn que destruiu cidades e matou milhares (tudo isso te lembra alguma coisa?), pouco depois do período de paz uma raça chamada Locust que vive em baixo da terra começa a fazer ataques contra os humanos dando origem a uma nova guerra, desta vez contra outra espécie.

No decorrer dos primeiros jogos descobrimos que os Locusts são inteligentes, tem uma sociedade própria e pelo menos características arquitetônicas, alem de conviver com outras espécies e até utilizar elas como armamento. A líder dos Locusts é a rainha Myrrah que estranhamente tem um visual totalmente humano e tem idéias xenofóbicas contra os humanos acreditando que é uma espécie destinada a causar destruição e incapaz de conviver em paz por isso deve ser exterminada. A tática dos Locusts é de guerrilha e eles não demonstram nenhum tipo de compaixão. Também ficamos sabendo que os humanos sabiam da existência dessa espécie a pelo menos cinco anos antes do ataque trabalhando juntos para uma cura para uma doença que estava atacando a raça subterrânea e isso foi um dos motivos para o ataque a superfície, um avanço desesperado para tentar fugir da doença.

No jogo o personagem principal é Marcus Fenix e seu grupo de soldados, o pai de Marcus é um cientista dado como morto e o roteiro dos jogos sempre demonstraram um grupo de soldados cansados de tantas guerras e tentando sobreviver, mas também mostra um ódio contra os Locusts pelo que fizeram em seus ataques (Locusts achando os humanos monstros, humanos achando os locusts monstros e ambos com motivos de sobra).

E quero frisar que em todos os jogos, os detalhes encontrados no cenário, cenas extras e coisas do tipo deixam claro que ambos os lados tem suas falhas e motivos, apesar de que em nenhum jogo (mesmo no segundo ambientado boa parte no território Locusts) a raça subterrânea é explicada ou tem algum espaço maior no roteiro principal dos jogos do que, alvos. O que me levou a crer que nesse terceiro jogo questões morais teriam um efeito maior, os locusts tendo mais espaço e finalmente uma explicação do porque a rainha não se parece nada com a raça e sim com uma humana.  
E sei que pareceu confuso, mas o roteiro principal é de filme de ação focado em alguma facção militar, ‘’nos somos os heróis, eles são os vilões’’ e isso que diferencia um lado do outro e não as ações, já o cenário parece muito mais rico, interessante e principalmente que talvez as coisas não sejam tão ‘’pretas e brancas’’ assim.  

Fim dos spoilers

GoW 3 tem suporte a legendas em português, incluindo menus e até mesmo o nome das conquistas, e é um português brasileiro (e minha edição é asiática). Não é uma tradução ao pé da letra, mas nada que mude o contexto das frases e expressões, algo do tipo ‘’Shit!’’ virando ‘’Droga’’ que convenhamos é uma expressão bem mais comum no dia a dia do que ‘’merda’’, eu não prestei tanta atenção assim, mas encontrei apenas dois erros, um que na legenda apareceu ‘’’’ e alguns nomes de armas que horas estavam traduzidos horas não.

A jogabilidade está praticamente à mesma coisa dos outros jogos apenas deram uma polida, com seu sistema de se esconder atrás de barreiras e poder ‘’fatiar’’ com facilidade alem de um esquema de níveis de experiência, que funciona de uma forma geral dando pontos tanto no modo sozinho quanto no multiplayer para abrir armas, personagens e outras coisas para o jogo em grupo. Também é possível jogar em cooperação com ate quatro jogadores no modo historia.

Os modos multiplayers são os tradicionais, de time e agora também tem um modo ‘’horda’’ com humanos ganhando e gastando dinheiro para construir barreiras e sobreviver a ondas de inimigos e uma versão inversa com os jogadores jogando como Locusts tendo que invadir, destruir a base inimiga e matar os oponentes. Todos esses modos são possíveis de se jogar sozinho e o team deathmach conta com bots.

As dublagens são boas e a trilha sonora surpreende pela qualidade, os sons de tiros e explosões também são bons, mas o destaque fica para o som que seus inimigos fazem ao serem atacados com execuções (quando o inimigo esta se rastejando é possível com qualquer arma fazer uma execução) bastante gráficas.

Os gráficos são bons, mas não tem nada de mais inclusive conta com algumas falhas de sincronia em dublagens e um ou outro bug aqui e ali de pedaços de inimigos ficando grudados em pedras.

A falha do jogo fica por conta do roteiro, que tem seus momentos dramáticos, suas reviravoltas e alguns flashbacks que ajudam a desenvolver alguns personagens, no entanto outros são esquecidos e apenas a rainha Locust é que tem espaço da raça inimiga, apesar dela ter discursos interessantes o roteiro cria um final que ao invés de me animar e me dar uma sensação de felicidade ou de ter sido recompensado por ter chego até o filme me deixou triste e nervoso a ponto de desligar o console.

SPOILERS sobre o final

A emulsão é na verdade um parasita e responsável pela doença Locust que agora se espalha para humanos, o pai de Marcus cria uma arma capaz de matar esse parasita, mas também todos aqueles que estiverem tido uma grande exposição (ou seja, todos os Locusts e alguns humanos), a rainha luta para que ele não ligue a arma que vai acabar com toda sua espécie e exige mais tempo, mas o doutor também esta contaminado, por ter se auto-contaminado o parasita se desenvolve mais rápido nele e ele não tem tempo para procurar uma solução melhor.

A arma é disparada toda espécie Locusts é destruída assim como alguns humanos e o doutor, a rainha ainda viva começa a fazer um discurso para Marcus, o protagonista que você controla durante boa parte do jogo, sobre como isso é injusto e que eles não são os heróis, até ser calada com uma apunhalada de faca no estomago dada pelo ‘’herói’’ que solta uma frase ‘’macho’’ de filme de ação para justificar dizendo que, ’’isso é por *nome de um companheiro caído* sua puta!’’.   Marcus, que depois fica com a garota (Anya uma parceira de equipe) e finalmente pode largar o rifle e encontrar paz.
     
O que me deixou bastante indignado, não pela atitude de Marcus que até que era esperada, mas por ele ter sido recompensado, por no decorrer do jogo ter mostrado uma fase em uma das cidades destruídas pelo hammer of dawn mostrando que esse tipo de atitude extrema não é a solução, focando em ‘’estatuas’’ de cinzas de famílias, crianças, pessoas que viviam nessas cidades.

Por não ter tido nada no final que pelo menos levantasse uma discussão de forma clara, afinal vivemos em um mundo hipócrita e idiota, onde é possível encontrar informações no toque dos dedos, mas que as pessoas preferem não procurar ou mesmo acreditar na primeira coisa que aparece ao invés de pesquisar a respeito.

Eu como jogador que gostei do enredo da serie, não me senti recompensado, me senti sujo, pra mim não foi uma vitoria e não gostei do protagonista ser recompensado por isso.

Claro é um jogo de videogame, eu sei que estou exagerando um pouco, mas é como me sinto e sei que não é uma obra para ter uma revelação espiritual ou qualquer outra coisa do tipo, mas foi uma trilogia, foram anos de espera e por mais ficção e que seja apenas um jogo, sua historia tem valor e a forma como foi narrada por todo esse tempo foi seria. Se não é para dar bola para o roteiro então que não tenha roteiro, ou seja, algo mínimo do tipo ‘’time azul VS time vermelho’’.

Fim dos SPOILERS

Nota: 8

É um ótimo jogo, o fato dos modos multiplayers poderem ser jogado sozinho é um fator bastante importante porque não tem nenhuma barreira para que você aproveite todo o conteúdo do jogo e é divertido. Como o ultimo jogo da trilogia, faz também um ótimo papel, no entanto o final da saga deixa a mensagem que o genocídio é justificável. E como teve bastante coisa em aberto me leva a crer que ou vai ter DLC com alguma coisa depois do final do jogo ou pior algum outro tipo de media como livros ou quadrinhos dando continuidade e talvez ai sim deixando claro que a mensagem não é essa, mas ai já é tarde e não justifica nada, por atingir um publico bem menor.

Para: Ver que, pessoas que consegue ‘’entrar na pele’’ do protagonista são incapazes de ver o grande cenário e entender que infelizmente na vida real o lado que é atacado também tem o mesmo pensamento que é visto no jogo.

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