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sexta-feira, março 02, 2012

Saints Row: The Third



Ano de lançamento: 2011
Gênero: Ação, Sandbox
Plataformas: XBOX 360, PC, PS3 *testado no 360
Estúdio: Volition
Distribuído: THQ

O mais novo capitulo na historia da Third Street Saints.

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Eu gosto muito dos jogos anteriores principalmente do segundo, por ter um enredo que é uma parodia a toda essa coisa ‘’gangsta’’ de gangues e malacos, por me dar liberdade para ficar fazendo inúmeras besteiras por ai e a quantidade de opções para minha mente doentia. A idéia da empresa Volition foi de recriar a serie apesar de dar uma continuidade na historia, o objetivo foi de criar um novo estilo para o jogo algo mais exagerado e maluco ainda e tentar perder o estigma de ser um ‘’clone do gta’’. Também foi feita uma grande campanha de marketing para o jogo incluindo diversos trailers (alguns com direito a atores reais), para atrair novos fãs e deu certo.

Com isso essa análise inevitavelmente vai ter comparações pessoais comparando os jogos anteriores, afinal eu sou um fã antigo.

As dublagens são boas, conta com atores reais como Daniel Dae Kim (o Jim do Lost continua dublando Johnny Gat), Hulk Hogan (Angel de la Muerte), Sasha Grey (Viola De Wynter)... A única dublagem que ficou a desejar é a mais obvia Hulk Hogan interpretando um luchador (de luta livre) que perdeu a honra ao perder a mascara tem o carisma de uma porta e não é por ter sido mal escrito, pois o personagem tem uma historia interessante, mas pela falta de vontade na hora da dublagem.

Os gráficos estão bons, não são incríveis, mas comparado com o segundo deu um salto de anos luz, os carros amassam de uma forma mais natural, incluindo quando são achatados, os movimentos dos personagens são mais naturais, os defeitos ficam a cargo do corpo dos homens que parecem gorilas, e a continuação de defeitos de colisão com cabelos longos e casacos grandes.

A trilha sonora é boa, mas as rádios foram mal construídas, com listas de musicas em rádios dedicadas a um gênero especifico contendo musicas que não condizem com esse gênero, por exemplo, a radio 106.66 The Blood que seria dedicada a rock pesado conta com a banda eletrônica You Love Her Coz She’s Dead que eu não tenho nada contra, mas não condiz nada com o resto da lista que tem bandas como Mastodon, Strapping Young Lad, The Dillinger Escape Plan, Otep, Marilyn Manson... O mesmo acontece com outras rádios acabando por perder o efeito de estações com gênero especifico, os DJs têm um pouco mais de espaço e personalidade, mas bem longe de terem realmente carisma ou programas próprios, algumas piadas também ficaram ruins por serem reaproveitadas, é engraçado ouvir o DJ dessa estação The Blood todo feliz e alegre, mas o DJ da radio The Mix que toca clássicos dos anos noventa e oitenta é todo depressivo, no final das contas sendo a mesma piada brincando com os estereótipos. Mas a trilha é realmente boa, The Mix conta com, Bush, Faith No more, Joe Esposito com You’re the Best Around (Karate Kid), Bonnie Tyler com Holding Out for a Hero (Footloose)… Kabron tocando reggaeton e rap latino com Don Omar, Pitbull, a radio Adult Swim (sim dos desenhos e tal) com Deathklok, Schooly D e a musica tema do ATHF, Generation X de rock alternativo com Deftones, Dragonette, KRhyme de hip hop com Kanye West, Sean price, Mos Def, a radio de musica eletrônica K12 com Junkie XL, Deadmau5 e a radio de musica clássica que infelizmente tiraram ótimas musicas que já estavam presentes nos primeiros jogos...

O roteiro tenta dar continuidade a evolução do ‘’protagonista’’ (você) que começou como um membro chulé se tornou o vice líder, reergueu a gangue do zero e conseguiu se tornar um império multimídia ao se aliar a uma inescrupulosa empresa, agora os Saints fazem comerciais, tem programas de TV, gibis, marca de roupa e até mesmo uma bebida energética, mas continuam criminosos (sacou a parodia com a vida real né?), foram abordados por outro grupo criminoso conhecido como ‘’O sindicato’’ e ao recusar a oferta ficaram presos em outra cidade sem dinheiro e o poder que tinham, tendo que recuperar tudo.

A evolução dos personagens é razoável, Shaundi a drogadinha safada que não sabia como lutar se torna uma guerreira seria, seria até de mais, mudando o visual e a personalidade perdendo boa parte do carisma que tinha (e não é mais a Eliza Dushku que dubla), o Pierce que era um ‘’mano’’ com um visual bem de raper com roupas largas de rua agora parecendo um cantor de R&B com seu terno branco... Mas é estranho que supostamente você é o mesmo personagem dos jogos anteriores, mas você não sente isso com os diálogos com esses personagens que estavam nos jogos antigos. Os novos personagens são interessantes, utilizam clichês, mas de uma forma divertida, um grandalhão gênio, uma nerd paranóica... O único realmente chato é o Zimos um cafetão espalhafatoso que fala usando um aparelho e com isso ficando com ‘’voz de robô das musicas do Kanye’’, há sim e o Pierce que é chato, mas é um chato que já me acostumei.

A evolução da gangue e do cenário é interessante, porem o roteiro do jogo não explica muito bem muitas coisas, o jogo conta com apenas um folheto de manual que também não explica nada e um link para o manual online, que por sua vez é um pdf com nove paginas que também não tem nenhuma informação útil, ficando a seu cargo correr atrás das informações, a parte mais divertida é que antes do jogo ser lançado existia uma pagina no site oficial dando um resumo do que tinha acontecido com todo mundo entre o segundo jogo e esse terceiro, mas ela foi tirada do ar. Tudo bem que é um roteiro forçado, voltado aos exageros e comedia, mas isso é falta de respeito com os fãs sejam novos ou antigos.

O roteiro do jogo é engraçado em varias partes, consegue realmente ser exagerado e maluco, com direito a descobrir que o prefeito da cidade é SPOILERS Burt Reynolds interpretando ele mesmo com direito a bigodão e tudo FIM DOS SPOILERS, infestação de zumbis, grupo militar tentando acabar com a violência e destruindo metade da cidade no processo, mas não é muito consistente e tem um monte de buracos, principalmente ao que diz respeito ao Johnny Gat, o roteiro conta com escolhas a grande maioria não faz grandes alterações apenas libera novos itens a única escolha que altera algo é a final fazendo com que o jogo tenha dois finais distintos. Ambos finais deixam a desejar um sendo uma brincadeira deixando um monte de buraco sobre o que aconteceu com todo mundo e o outro mais coeso, mas tendo a morte de três personagens. Já estão produzindo o quarto jogo e eu não tenho idéia de como vão costurar isso, imagino que apenas o final ‘’bom’’ é que vai contar. O que leva a escolha entre dois finais apenas uma firula, ou pior o final ruim é que o que valer fazendo com que quatro ótimos personagens se percam de bobeira. Alem de ser uma historia bem curta.

Os controles evoluíram, na parte de tiro se assemelha a shooters com o gatilho direito acionando a mira e o esquerdo dando tiros, na parte de direção se parecendo com jogos de carro, com o gatilho esquerdo sendo o freio o direito o acelerador e o A (X) freio de mão com direito ao GPS apontar setas na rua para você poder se guiar mais fácil, o sistema de respeito está diferente sendo mais fácil de se conseguir e agora é como se fosse ‘’xp’’ para a evolução do personagem abrindo bônus, do tipo fazer mais dano, tomar menos dano, poder andar com mais companheiros, muitas dessas coisas já existiam antes apenas foram re-organizadas e o melhor de tudo você não precisa mais de respeito para fazer as missões.

As missões do roteiro são mais variadas, mas te obrigam a fazer pelo menos uma missão extra de cada uma das atividades, as atividades também sofreram mudanças, tendo um numero menor e o roteiro paralelo delas ficando mais fraco agora fazendo uma parte maior no roteiro, antes uma corretora de seguros te pedia para causar destruição em um ponto do mapa para que o preço dos imóveis caísse agora você precisa destruir para conquistar o território e ferir a gangue inimiga, por exemplo. O numero de níveis para as atividades é menor sendo apenas três por território (podendo a chegar a seis ao todo em algumas) e agora elas contam para que você possa tomar o território, tomar o território não é obrigatório, mas se quiser conquistar o mapa é preciso fazer as atividades, a variedade também diminuiu, as únicas novas são variantes como um mayhen de tanque ou um escort andando com um tigre no lado do passageiro tendo que evitar que ele fique bravo, a única realmente nova é o Professor Genki’s Super Ethical Reality Climax, que é uma parodia com shows orientais em que você participa de uma gincana em um labirinto tendo que atirar em placas para ganhar pontos e matar inimigos em troca de grandes prêmios.

As missões foram remodeladas para o co-op se tornando mais atrativas, as de Escort enquanto um dirige o outro precisa ser bem sucedido em um mini game nos padrões da antiga ‘’Ho-Ing’’, algumas missões inclusive acabam se tornando mais divertidas e fáceis no co-op, a trafing principalmente com um dirigindo e o outro protegendo o traficante, sozinho conta com o mesmo problema dos jogos antigos com o npc na direção fazendo barbeiragens inimagináveis algumas ao ponto de travar o carro em alguma parte do cenário. O próprio co-op agora está bem mais estável e interessante, mas ainda não esta perfeito com a historia do jogo sendo focada apenas em um protagonista (nem nas cutscenes aparecem os dois) sei que seria complicado fazer um roteiro que entendesse quando o cara esta jogando sozinho e em dupla, mas poderiam usar a idéia do host ser o principal e o colega um braço direito ou ao menos um capanga caladão presente.

Tem mais variedade de roupas, mas agora não tem mais layers, agora é impossível escolher uma camiseta depois colocar uma jaqueta por cima, existem conjuntos, mas isso perde muito da customização, as tatuagens estão em menor variedade e um fato engraçado é que na ‘’demo’’ que te permitia criar personagens antes do jogo ser lançado tem um trailer com atrizes reais falando que acham ‘’um saco esses heróis genéricos de cabelo raspado e tatuagens tribais’’ e justamente o que mais tem de opção de tatuagens são as tribais...

A quantidade de coisa retirada é absurda, cortes de cabelo, tatuagens, modelos de carro que até faz sentido por ser uma cidade diferente mais moderna tendo uma frota mais atual, mas também retiraram opções nas customizações dos carros e dos cribs, a quantidade de armas é muito menor, tudo bem que agora existe uma evolução para as armas, que aumentam o dano e trazem bônus também mudando a aparência, mas de longe justifica a retirada ou realmente te da uma opção de customização.

O sistema de luta não conta com estilos, mas você agora tem mais golpes e também não da mais para pegar coisas do chão para arremessar nos outros (e se você ouve os podcasts ou jogou comigo, deve saber que estou muito triste por causa disso), também não tem mais lojas de bebidas ou a de musica e as lojas de roupas agora se resumem a apenas quatro marcas e um pequeno punhado, quase não tem estereggs, praticamente também não tem prédios que de para entrar apenas para ver como é por dentro ou para brincar, não tem mais o zombie uprising, a opção de rever as cutscenes...

Apesar do jogo ter novidades, nada disso justifica a quantidade de coisa que retiraram e se você joga os jogos de luta livre (WWE) da THQ já deve estar acostumado com isso, sendo uma característica sem vergonha da empresa em fazer lançamentos anuais (Saints 3 saiu em novembro em dezembro já anunciaram que estão produzindo o quarto) retirando um monte de coisas para voltarem alguns anos depois como grandes novidades e em troca a retirada de outros elementos e não simplesmente evoluindo e melhorando o que já tem.

Os modos multiplayer se resumem a um modo horda que é inútil, já que o jogo conta com missões extras que consistem em matar ou sobreviver a grupos de inimigos, e o co-op que continua sendo o ponto forte, por ser aberto inclusive permitindo que você jogue sozinho e um amigo entre no meio do jogo.

Da para ir bem mais longe com essa analise, mas acho que apontei os pontos principais.

Nota: 7

É um bom jogo, me divertiu bastante, ainda tenho vontade de brincar mais vezes, porem não é uma continuação pensando nos fãs e sim uma reinvenção focada em um novo publico, as melhorias são bem vindas, mas não justificam tantas ausências e o roteiro com buracos e a falta de informação é desrespeitosa.

Para: Novos fãs, se você é fã antigo daqueles que realmente gostam dos primeiros jogos vai preparado para se decepcionar.

*Sei que parece incoerente eu falar em decepção, mas ainda assim elogiar e dizer que é um bom jogo. Mas é um sentimento parecido com o que eu tive com a serie GTA, se você é fã do San Andreas por melhor que seja o GTA 4 é uma decepção. Quero apenas evolução e melhorias das coisas que já tem, quer inovar que inove com outras coisas, mas continue com o que é bom e me fez gostar do jogo ou que pelo menos crie outra franquia e não interfira na historia.


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