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sábado, dezembro 24, 2011

Super



Diretor: James Gunn
Ano: 2010
Roteirista: James Gunn
Gênero: Comedia, Ação, Drama

Esquizofrênico ao ser rejeitado pela esposa viciada em drogas ouve um chamado de Deus para que ele se torne um super-herói e combata o crime, então ele vira Crimson Bolt e conta com a ajuda de Bolty uma jovem psicopata...

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Antes de começar, o aviso que essa é uma daquelas analises que eu falo sobre um monte de coisa que acho importante, interessante ou simplesmente que estou inspirado a escrever sobre e a analise do filme mesmo é pequena lá no final.

Bem, Super foi anunciado na mesma época que o ‘’Kick-Ass’’ e o ‘’Defendor’’, todos três foram anunciados como ‘’parodias do universo super-herói’’ e sinceramente não tenho idéia porque eles tiveram tanta diferença nos lançamentos, na época que vi a noticia o que me veio à cabeça seria um ‘’Sergio Aragonês’’ que brincaria com os clichês e mesmo quem curte quadrinhos iria achar engraçado ou na pior um ‘’Todo mundo em pânico’’ de super-herói... Nenhum dos filmes foi nada disso.

A ‘’parodia’’ na verdade nunca é sobre super-heróis, mas sobre um movimento chamado ‘’Real Life Super-Heroes’’ que por incrível que pareça é antigo e não começou com crianças empolgadas com ‘’kick-ass’’. São pessoas do mundo todo inspiradas por personagens de quadrinhos que resolveram botar uma fantasia e combater o crime, a grande maioria combate crimes simples e faz boas ações, como doações para sem tetos, espalhar cartazes com a foto de algum criminoso, acompanhar pessoas durante a noite, muitos também fazem patrulhas em bairros... Claro que existem vários que são visivelmente ridículos, alguns fora de forma, roupas que acabam sendo engraçadas, mas todos eles seguem o ‘’código dos heróis’’ que é fazer algo bom, não para beneficio próprio (questões ‘’Joe do Friends’’ a parte ‘’Você faz algo bom, porque se sente bem logo esta sendo egoísta’’). Ao contrario de artistas ‘’conscientes’’ eles não tentam se promover para aparecer na mídia, quando fazem é para trazer mais gente à causa e ao contrario do ‘’vigia do bairro’’ eles também não saem tocando de porta em porta cobrando nada por ‘’manter o bairro seguro’’ com seus imponentes apitos. E por isso a maioria usa mascaras, que também acaba sendo uma forma de proteção.

Todos eles acabam tratando isso como um hobby serio, se dedicam, mas possuem emprego e ‘’identidades secretas’’, se você esta lendo isso e pensando ‘’que merda um monte de nerd achando que vai mudar o mundo’’, talvez esteja certo, mas é inegável o fato que eles estão tentando fazer algo de bom ao invés de reclamar, a maioria nem conseguiria entrar para a policia e mesmo assim tem vários que tem mais ‘’culhões’’ que muita gente, dispostos a peitar traficante e criminosos que podem estar armados.

E sim adrenalina e vestir uma roupa maneira são fatores importantes e nem eles se levam tão a serio.

E não me agrada, a idéia de parodia em cima de um grupo que só pela existência já não tem uma imagem das mais respeitáveis e Super, assim como Kick-Ass mostra uma versão com muito glamour ‘’eles são perdedores, mas eles conseguem, morre um monte de gente, mas foda-se foi massa véi!’’.

O diretor e roteirista do Super é James Gunn, ele fazia trabalhos para a Troma, lendária produtora da mais pura e fina obra ‘’trash’’, ele chegou a fazer um dos clássicos o Tromeu & Juliet uma versão trash do Romeu e Julieta, o que me fez ficar com mais expectativas, o roteiro e a direção tem um espírito ‘’trash’’, mas com grana e sem o charme trash ‘’é podre agente sabe’’.

Mas minhas expectativas já diminuíram com a abertura, que consegue espremer toda a essência do filme que está por vir, mostra um desenho animado bem ridículo, com varias piadinhas e tocando um indie-rock (e a abertura tem a duração da musica sendo na pratica um vídeo-clipe), eu sei que sou chato, mas sei também que mesmo que você tenha achado maneiro daqui a um ano nem vai se lembrar e depois de uns anos quando rever vai achar uma bosta, e sei disso porque um dia eu também fui um adolescente e achei um monte de coisa ‘’massa véi’’ que hoje acho ridículo.

O roteiro é consistente, o humor acaba sendo pelas situações ridículas e no meu caso por causa dos atores, Nathan Fillion vestido de super-herói cristão com roupa que tem músculos, Kevin Bacon sendo o vilão que parece um bicheiro cheio de ouro e os momentos ‘’ahãm’’ com a Liv Tyler sendo casada com o personagem interpretado por Rainn Wilson ou a Ellen Page vestida de super-heroina estuprando Crimson Bolt... Nessa parte de humor eu não posso me queixar e realmente ri em algumas partes, o que me frustrou mesmo foram o andamento e o clima, é um filme bastante violento, mas todo o clima é ‘’leve’’, ‘’divertidinho’’, não sei como explicar, mas não é tratado de uma forma ‘’seria’’, temos filmes violentos e divertidos tipo Kill Bill, Machete, mas não é a mesma coisa e também não é a mesma coisa que um desenho antigo do Tom & Jerry. Eu realmente não sei explicar e já tive esse mesmo problema com outros filmes, mas acredito que vocês também conseguem ver a diferença ou pelo menos entender o que quero dizer (Se souberem expressar essa diferença e quiserem me ajudar ficarei grato).

Os efeitos especiais são ruinzinhos, é bem feito, mas é aquele bem feito que você vê claramente que é computação gráfica tipo o seriado ‘’Walking Dead’’ e em pouco tempo vai estar ultrapassado.

Nota: 4

Super é muita brincadeira, o que pra mim acabou estragando. Sei que é uma comedia, mas eu não consigo gostar dessa forma ‘’divertidinha’’ de tratar assuntos pesados e eu gosto de humor negro só que considero essa coisa ‘’divertidinha’’ como descaso e não como humor.

Para: Ver como o Cruor é chato.


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