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sexta-feira, dezembro 16, 2011

The Devil Wears Prada (O Diabo Veste Prada)



Diretor: David Frankel
Ano: 2006
Roteirista: Aline Brosh McKenna inspirado no livro de Lauren Weisberger
Gênero: Drama, Romance, ‘’Comedia’’

Uma jovem e inocente garota recém formada em jornalismo consegue um trabalho em uma importante revista de moda, como uma assistente da implacável editora Miranda Priestly.

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Com o titulo em mente e a breve sinopse o que da para concluir? Que a garota vai acabar vendendo a alma para a revista sendo conquistada pelo glamour (Prada marca de roupa cara pra cassete, diabo ser sacana que parece legal) e é isso que o filme mostra. Não que esteja errado afinal cumpre o que propõe, mas poderia não ser tão obvio assim, talvez se tivesse um algo a mais.

Na época que foi lançado fez sucesso, muita gente gosta e eu tive algumas oportunidades de assistir, mas sempre deixei de lado nunca me interessei e olha que uma das oportunidades foi em um vôo longo no qual preferi dormir e babar na pessoa ao lado. Não sei por que cargas d’água eu resolvi ver esse filme agora e depois de ter assistido continuo me perguntando por que assisti.

Consigo entender as pessoas que gostaram disso, é claramente um filme para mulher e não estou falando de forma pejorativa ou por tratar de moda, mas pelos personagens e situações que devem apelar para o universo feminino, pelo menos é isso que outros filmes e seriados ‘’para mulher’’ me ensinam, Andy (Anne Hathaway) é a jovem que aceita o trabalho por ser a única resposta em sua busca por emprego, mesmo sendo um trabalho miserável que paga pouco e a chefe Miranda (Meryl Streep) ser o ‘’diabo’’ (ráaaaa) ela continua e ainda por cima se dedica para ser melhor, por ser uma ótima oportunidade para sua carreira, pois ela conhece editores em festas, ela também tem um circulo de amigos dentre eles o seu namorado que mesmo tendo um emprego ruim está pronto e disponível para ela quando ela precisa, com direito a uma garrafa de vinho em mãos enquanto se prontifica a fazer o jantar.

Nesse processo de transformação de Andy surge Christian (Simon Baker) um elegante sei lá o que (personagem ‘’bonitão charmoso para triangulo amoroso’’) e uma lição no final do filme.

O filme tem moda, tem a disputa entre o bonzinho compreensível e o elegante rico, algumas ‘’bichs’’ passivo-agressivas com diálogos sínicos e a garota visivelmente bonita e atrativa que é ‘’feia’’ pros padrões impostos no filme e se transforma em uma bonita e atrativa ‘’bonita’’ no decorrer, que pode errar sem conseqüências. Sim eu sei que estou soando bastante machista, mas o filme mostra isso e boa parte dos filmes e seriados que se dizem dedicados a mulheres também, entendo até mesmo os motivos para se gostar de coisas assim, afinal nos homens brincamos que queremos apenas uma gostosa que nos traga pizza e cerveja, mas no fundo sonhamos com uma pessoa que seja compreensiva e nos apóie (não encha o saco por causa do videogame e seja o player dois no co-op depois de trazer a pizza e a cerveja).

Só que pra mim é muito chato por ser sempre mais do mesmo. E esse filme é mais do mesmo.

Buracos absurdos no roteiro, a garota precisa aceitar o emprego por ter sido o único que a chamou para uma entrevista, mas ela foi chamada por ter um currículo exemplar que não tem nada a ver com moda, porque raios ela foi chamada por essa revista e não por outras? O fato de ela ter mandado currículo para essa revista já é algo estranho. Continuar em um emprego miserável porque ‘’abre portas’’, quer dizer que uma assistente conhecendo editores de moda vai conseguir contatos para quando resolver virar jornalista em outras áreas? Tudo bem que nessa vida você acaba conhecendo pessoas diferentes e às vezes só o fato de lembrarem-se da sua cara pode render alguma proposta, mas seria o mesmo de um cara que sonha em ser chefe de cozinha ficar feliz conquistando contatos trabalhando de balconista em uma padaria. É falado no filme que o salário é ruim, mas ela pode pegar roupas de marca para ela e em uma cena ela da presentes caros para seus amigos, que sua chefe não quis, porra da pra juntar mó nota nessa brincadeira.

É uma idéia interessante, que já foi bastante utilizada com outro formato ‘’jovem de bom coração que entra em uma grande empresa corporativista e se transforma ludibriado pelo poder e dinheiro’’ no caso o glamour poderia ser muito mais explorado, só que não funciona por forçar em mostrar que Andy é boa, mesmo depois de muito tempo agüentando poucas e boas ela continua sendo boazinha até tenta ajudar a chefe por pena, ela não se transforma verdadeiramente, mas continua lá no meio o que deixou impossível torcer pela personagem, poderia pelo menos tentar mostrar ela se afundando sem dar conta, mas ela sabe o que esta fazendo usa desculpa de não ter escolha, mas fica bem claro que ela sabe o que esta acontecendo.

A parte da comedia eu falhei em perceber, vi que muita gente achou engraçado a forma como levam a moda a serio no filme como uma forma de arte e sua importância no mundo, mas mesmo que escolha usar roupas por serem confortáveis é inegável que também escolha por gostar das cores ou do formato, ou mesmo se pertencer a alguma sub-cultura acaba seguindo a moda dessa tribo, pode não ser a moda de alta costura, mas não deixa de ser moda.

A parte de drama eu também falhei em notar, não senti empatia com nenhum personagem e não vi nenhuma situação realmente dramática, amenos que eu tente criar uma profundidade que não existe com todos usando mascaras e escondendo suas dores.

E o romance, é lixo. Garota transa com outro e volta arrependida para o homem bonzinho que aceita de bom grato sem fazer perguntas por que um homem deve fazer esse tipo de coisa se for o contrario a garota é uma idiota.

Atuações boas até, Meryl Streep faz uma megera incrível, Hathaway no tipo de papel que se encaixa perfeitamente e o resto do elenco também se encaixam bem nos papeis, até a Gisele Bundchen atuou bem (papel enorme com umas quatro frases).

Direção de ‘’comedia romântica em Nova Iorque no outono‘’.

Nota: 3

Não tem absolutamente nada que diferencie, seja como uma comedia romântica mais focada no romance ou sobre esse tema de inocente se transformando com emprego novo. Entendo o filme ter seus fãs o que não consegui entender é porque tem tantos assim.

Para: Confirmar minha tese que para se descobrir um ‘’chickflick’’ basta prestar atenção na fonte utilizada para mostrar o nome dos atores na abertura, se for com uma letra de forma é certeza!

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