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sábado, dezembro 31, 2011

Brave New World (Admirável Mundo Novo)




Escrito: Aldous Huxley
Gênero: Ficção Cientifica
Ano: 1932

Em um futuro distante depois de uma guerra que durou nove anos a humanidade aceitou diversas concessões visando um futuro mais tranqüilo e pratico...

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Nesse futuro o humano nasce em tubos, em grupos divididos por castas, cada casta com suas funções pré-estabelecidas, a classe mais baixa é ‘’fabricada’’ para os piores trabalhos e que exigem menos em um processo que consiste em retardar a inteligência e dar a essa classe características físicas medonhas, já as classes mais altas ganham características físicas mais imponentes e estimulo intelectual, todas as classes recebem condicionamento psicológico para se ‘’respeitarem’’ (na verdade se tolerarem), mas não se misturarem, com isso cada um tem sua função para a sociedade, para consumirem bastante e com isso criar uma grande demanda por produtos assim gerando emprego criando um ciclo capitalista, a busca pelo sexo é incentivada dês da adolescência e a promiscuidade é um comportamento esperado evitando a angustia por um ‘’não’’, um relacionamento que não de certo e se mesmo assim o cidadão estiver com alguma sensação ruim ele pode e é incentivado a usar a maravilhosa Soma, a droga sem efeitos colaterais que deixa tudo bem...

É uma sociedade funcional, aonde todos tem suas funções e são condicionados, não para simplesmente aceitarem, mas para gostarem de suas funções. Cada um como uma engrenagem produzindo e consumindo, um mundo em que a velhice é quase inexistente graças a tratamentos com hormônios e tratamentos funcionais para as doenças, a morte é apenas mais um detalhe na existência e todos estão felizes.

A primeira metade do livro é apresentada por Thomas o diretor de incubação e condicionamento (D.I.C.) que explica o processo de ‘’nascimento’’ e como funciona essa grande fabrica de humanos.

A segunda parte é com Bernard Max que apesar de pertencer a uma das classes mais altas é diferente de seus iguais, é mais baixo, mais franzinho e acaba sendo isolado do resto, ele é o personagem mais humano nos nossos padrões, inseguro, covarde, tímido, cheio de falhas e um paria que não se recusa a essa felicidade condicionada, mas que não sente, sente apenas um vazio que não sabe como preencher e tenta preencher buscando a amizade de Helmholtz Watson, também de uma classe alta, personagem que cheio de qualidades e grande pensador, ele também não faz parte da multidão, mas por não querer, ao contrario de Max, Watson é alto é atrativo tem o mundo a seus pés, mas procura algo mais, Max tenta ter um relacionamento maior que apenas o sexo casual com Lenina Crowne, de uma classe um pouco inferior, com seus belos olhos claros, sua pele pálida, seu rosto redondo, ancas largas e com todo o conhecimento condicionado para a felicidade na ponta da língua.

Max e Lenina vão para a America (o cenário principal é Londres) em uma das poucas reservas nativas que ainda existem, onde selvagens cultuam deuses, vivem como animais e o mais chocante para os costumes desse novo mundo, eles nascem de forma natural, sem condicionamento e com pais e mães...
Lá conhecem um jovem que tem traços diferentes do povo nativo e descobrem que ele é filho de uma mulher civilizada, mas assim como Max ele é um paria os nativos não o vêem como um igual e John também sente um vazio por não pertencer... Max leva John para o mundo civilizado e daí pra frente você lê!

Tenha em mente que fiz um puta resumo, omiti muita coisa e a intenção é apenas de dar uma idéia do grosso da historia e o cenário, o livro é uma critica social e pessoalmente acho mais um terror futurista, o mais assustador é que foi escrito em 1931, mas é justamente nesse caminho de felicidade artificial e escapismo dos problemas em que estamos progredindo, ‘’ela é muito bonita para ser só uma vendedora’’, ‘’eu dou bom dia para meu porteiro, mas nem sei o nome dele’’, ‘’ele é feio, parece pobre devo tomar cuidado’’, ‘’só posso ser alguém se eu tiver essa marca’’, ’’estou triste, devo estar deprimido, vou à farmácia me drogar’’...

É um livro que tem a leitura incentivada por professores, é um livro famoso um dos cem títulos mais influentes do século vinte, mas tem uma linguagem bem chatinha, cheio de palavras difíceis (pouco utilizadas no dia-a-dia) e em alguns momentos chegam a ser engraçadas, para dizer que a garota é boa de cama um personagem solta ‘’ela é extremamente pneumática’’, apesar de ser um cenário futurista as grandes mudanças tecnológicas são voltadas, ou melhor, tem destaque as mudanças na sociedade e na parte humana as tranqueirinhas mais “sci-fi’’ é que o meio de transporte mais comum é o helicóptero pessoal e aviões foguetes.

Eu não gostei muito de algumas partes, que achei que foram exageradas nas explicações técnicas, a obra de Shakespeare é muito importante para um dos personagens principais e ele menciona não só as obras, mas repete frases e cita bastante, o que acaba sendo meio chatinho também e o final que o próprio autor no prefácio diz que se tivesse reescrito faria diferente, dando uma nova opção para o Selvagem (John). Mas de resto é um livro realmente impressionante, rico em detalhes e não toma partido, é o conhecimento manipulado ou a ignorância, não tem um meio termo, apesar de que eu acredito e espero que quem leia não veja o novo mundo como algo bom.

É um livro que te incentiva a refletir e querer debater o assunto. Na minha época de colégio eu me lembro que era em um sistema ditatorial, professor manda você obedece à contra gosto apenas pelo fato de ter sido obrigado, mas se você for obrigado a ler essa obra, tenta fazer uma força e vai atrás do livro (não resumo, ou filme) que é realmente bom. Caso não seja obrigado, ainda é uma boa pedida.

Nota: 9

Sentimentos, sociedade, questões filosóficas e um pouco de ficção cientifica (já que está lendo isso, imagino que tenha um computador ou equivalente e que goste de tecnologia) são temas que todo mundo gosta de debater, mesmo que em graus diferentes ou apenas com pessoas que tenham opinião parecida, e esse livro tem tudo isso.

Só fiquei indignado que o selvagem não perguntou para Mustapha Mond, sobre a felicidade que ele tem tanta certeza de ter atingido com sua maravilhosa sociedade, já que ninguém tem problemas ou sabe o que é tristeza, como podem ter tanta certeza que são felizes?

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