Escrito: Joe Hill
Gênero: ‘’terror’’, ‘’suspense’
Ano: 2007 no Brasil não sei.
Uma estrela do rock de meia idade ‘’compra’’ um fantasma real e descobre que esse fantasma é de alguém mais próximo do que imaginava...
TAM TAM TAM...
No começo de minha vida estudantil eu não gostava de ler, porque era sempre algo obrigatório, até entendo a idéia de obrigar o jovem a ler algo, mas acho mais nocivo obrigar o estudante a ler algo ruim do que deixar que ele mesmo encontre algo de interesse, porque comigo foi assim, só vim entender o prazer da leitura quando finalmente me deixaram ler algo por conta própria e ai eu ‘’entrei’’ nesse universo e consegui me divertir com ‘’As Caçadas de Pedrinho’’ (tudo bem que quase me explodo tentando fazer uma espingarda com cano de guarda-chuva, mas não vem ao caso) e devorar o livro. E como vocês podem ver eu não leio tanto assim, já que o blog praticamente não tem nada na parte de literatura e confesso, quando me sobra tempo, dou preferência a filmes ou jogos por serem mídias mais rápidas e dinâmicas. Não estou usando essa parte da analise para criar desculpas, apenas para dar satisfações, eu também não gosto de ler duas coisas ao mesmo tempo, afinal ler só pra ler já existem blogs =P, não gosto de desistir de um livro ou de ficar ‘’encalhado’’ por falta de vontade, literatura não deve ser uma obrigação.
Só que tem livros que você começa a ler e não tem interesse, que por mais que tente, não consegue digerir os personagens, o roteiro ou a mensagem. Eu pensei em desistir desse livro, fiz uma pequena busca para ver se ele melhorava no decorrer e só encontrei criticas positivas, como devem saber eu sou chato o bastante para ‘’enfrentar’’ algo que não gosto, apenas para deixar minha opinião aqui no blog, mas não foi o caso. Eu realmente achei que pelas criticas o livro teria uma virada no plot, ou aconteceria algo marcante.
Foram mais de seis meses travando uma batalha para ler isso... Mas já enrolei de mais, vamos a analise e no decorrer dela você vai entender porque foi tão difícil para que eu terminasse de ler.
Joe Hill é filho de Stephen King e resolveu seguir um caminho parecido, com livros de ‘’terror’’, mas com uma linguagem mais moderna e em contato com a cultura pop, como podemos ver com o titulo original do livro que é o nome de uma musica do Nirvana (assim como outras referencias musicais em alguns títulos de capítulos e outras referencias mais explicitas).
O personagem principal é Judas Coyne, uma estrela do rock ‘’da velha guarda’’, brilhou bastante no passado, hoje em dia ainda é lembrado, mas já tem algum tempo sem gravar nada de novo e sem sua banda original, a primeira vista é uma mistura de Ozzy Osborne sem família com o Iggy Pop, mas ele em minha opinião é uma versão de como alguém que não ‘’vive o rock’’ tem de um roqueiro, Judas é rabugento, ‘’gótico’’, ‘’comedor’’ e trata todo mundo mal principalmente suas fãs/parceiras sexuais a ponto nem de querer saber do nome delas, preferindo chamar pelo nome da cidade onde se conheceram para não criar vínculos, a minha imagem de Judas o roqueiro ex-drogado, comedor foi de um babaca ao invés do fodão, como da a entender que fosse a intenção do autor, é como ver a Sharon e os filhos tocando o foda-se enquanto o Ozzy treme e ainda tentar manter a imagem do Ozzy comedor de morcego do passado, só que pior. Afinal o Ozzy parece gente boa, Judas Coyne é um babaca que eu tenho vontade de dar um murro nele.
Judas mora com Marybeth, ou melhor, Georgia (o nome da cidade) que é seu atual brinquedo, ela é gótica e durona, mas depois vemos que ela na verdade é uma menina doce que sofreu quando jovem criando essa mascara, assim como o próprio Judas que só se tornou essa pessoa fria, por não ter sido amado e tido apoio de seu pai, nhoooooooooo. Pois é eu não gostei dos personagens e realmente acredito que o autor conseguiu criar eles com base em estereótipos visto ‘’de fora’’ desse universo, tem uma passagem que fiquei inconformado com Judas o ‘’metal head’’ fodão dizendo que curte My Chemical Romance, não pela banda em questão ou pelo fato de ser eclético, mas por mostrar um ‘’metaleiro’’ estereotipado, que pela descrição é um viking barbudo com coturno achando maneiro rapazes maquiados com lápis nos olhos.
Mas enfim, Judas tem uma coleção do ‘’oculto’’ com livros de magia e outras coisas que ele mesmo considera besteira a única coisa que realmente exerce um estranho fascínio é uma fita ‘’snuff’’ (vídeos contendo assassinatos reais visando entretenimento) que comprou de um amigo policial e mostra um casal sendo torturado, a garota estuprada e ambos mortos, que apesar de parecer que algo importante no livro por sempre voltar em evidencia, não é e eu só citei para ilustrar um dos vários motivos que eu quero dar uma porrada em Judas... O assistente dele então encontra um anuncio de um fantasma real a venda, consegue fazer a aquisição e recebe uma caixa preta com formato de coração e um paletó...
O paletó pertencia ao morto e a compra realmente vem com um fantasma real junto. O fantasma é do pai de Florida uma ex. de Jude, que tinha problemas psicológicos e foi literalmente despachada, vindo a se suicidar sem o conhecimento do roqueiro...
Mas nem tudo é o que parece e temos algumas viradas de plot previsíveis, e muitas desnecessárias, fora a quantidade de coisas paralelas acontecendo, não que realmente seja ruim. Mas como eu odiei o ‘’herói’’ do livro, não me agrada ou me importa saber como foi sua infância ou outros momentos significativos de sua vida, o que vi foi apenas mais paginas e mais coisa no caminho para terminar logo o livro. O final é previsível, assim como muita coisa que acontece, principalmente por causa dos personagens serem estereotipados, um pequeno spoiler ilustrando no formato em que me expressei ao ler ‘’ó puxa, quer dizer então que a garota promiscua que da para o velho roqueiro babaca e acredita que no fundo ele é uma boa pessoa apesar dele nunca demonstrar, é na verdade uma garota doce que tem baixa auto-estima, e foi de alguma forma abusada e negligenciada quando jovem? Uau...’’
O autor tenta chocar, fora fita snuff o livro aborda incesto, pedofilia, violência e crueldade, mas nada de forma realmente chocante e eu pessoalmente não vi ‘’graça’’ ou mesmo o ‘’horror’’ da coisa, com essa mistura de horror sobrenatural com horror real, já que ambos são mostrados de forma bem ‘’água com açúcar’’.
O personagem mais criativo é o pai de Florida, que foi um paranormal médium com habilidades de hipnose que aprendeu torturando vietnamitas (WTF!?). E fez esse mirabolante plano para se vingar de Judas.
Pra não falar que eu só esculhambei a obra, a narração e a descrição são boas, principalmente a descrição que se mostra boa tanto nos momentos mais parados quanto nos que envolve ação, a narração é ‘’boa’’ só não me agradou muito por não ser objetiva, muitas vezes se perdendo em flashbacks e historias em paralelo, mas como falei eu não gostei dos personagens, não queria saber mais sobre eles e sim chegar logo ao fim do livro.
Nota: 2
New York Times elogiou. Praticamente toda critica (todas que achei) elogiarem, mas eu achei uma bosta e nem foi pra ser ‘’do contra’’ porque estava com esperança no filho do King. Não teve nenhum personagem, que eu desse importância e por ter achado previsível também não pude torcer contra o ‘’herói’’ Judas Coyne, pra mim a imagem dos personagens foi de ‘’ele é o principal mesmo sendo um babaca é o herói e vai salvar a mocinha’’, ‘’ela é a principal é mulher é a mocinha que vai ser salva’’, ‘’ele é o vilão, então deve ter algum segredo negro para ser revelado’’, ‘’ele é legal, mas é sidekick, então vai morrer rápido e ninguém vai dar muita atenção’’, ‘’ela é velha e aparece na metade da saga, então sabe das coisas e vai dar valorosos conselhos’’...
A nota dois foi pelos cachorros, únicos personagens que senti um pouco de empatia.
Para: garotada que adoraria se vestir de preto cheio de piercings e tatuagens, mas tem medinho dos pais e de ser zoado na rua por causa disso.
*Caso tenha gostado do livro e quer me xingar porque meti o pau, fique a vontade. A penas gostaria que me respondesse por que o pai de Florida quer tanto acabar com Judas sendo que pelo que é mostrado no livro tanto Judas como o publico que leu, só tem contato com o que aconteceu com eles justamente por causa do plano de se ‘’vingar’’ de Judas. Mesmo o suicídio da Florida só vem átona por causa da porra do paletó, o Judas mesmo tava cagando e talvez nunca tivesse descoberto que ela tinha morrido.
FUJA!
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