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sábado, agosto 13, 2011

The Final



Diretor: Joey Stewart
Ano: 2010
Roteirista: Jason Kabolati
Gênero: Horror, Drama

Um grupo de jovens excluídos trama uma vingança contra seus agressores.

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É um filme simples, tem alguns méritos, como mostrar os jovens sofrendo com o bullying e a crueldade dos outros colegas de classe, assim como a família de alguns, com situações envolvendo os pais, que variam da violência ao simples descaso.

Eram jovens bastante excluídos, que realmente sofriam, mas não achei que justifica, veja bem eles planejaram uma festa para torturar os agressores, armaram câmeras para colocar as imagens na Internet, a intenção não era a de matar ninguém, mas causar dano permanente e para que os outros alunos do colégio que nunca fizeram nada apenas assistiram o bullying a ‘’pena’’ era de assistir as torturas (assim como eles haviam assistido o bullying), antes de executar o plano rola uma cena em que eles rezam e pedem para Deus mandar um sinal que eles entenderiam que era para não por o plano em pratica, nisso mostra alguns problemas envolvendo os ‘’valentões’’ (bullies) ‘’dando sorte’’ para ir pra festa, seja o chefe ter ficado generoso e dispensado mais cedo, ou o policial que apreendeu maconha, mas deixou os rapazes irem para a festa como se fossem na verdade sinais ajudando o plano...

Em um filme de vingança é preciso ter três coisas em mente, a primeira é ‘’justifica?’’ o sofrimento dos excluídos justificaria um plano desses? Na minha opinião, não justificou talvez se fosse algo mais amplo, contra a sociedade ou sei lá. A segunda é ‘’a vingança é cruel o bastante para balancear com a justificativa?‘’ E a terceira é o que explica o porque da segunda ‘’um filme de vingança não deve tomar partido’’ porque senão o filme vai estar sendo tendencioso ‘’há te fizeram mal? Tortura e mata eles!’’ Balanceando, vai mostrar que ambos os lados estão errados e com isso a mensagem no caso, contra o bullying poderia ser ouvida, e o cara pensar depois, mas pra mim The Final foi tendencioso, ai ao invés de ajudar aqueles que sofrem bullying, acaba é criando uma imagem negativa, parecendo que foi feito por um bando de excluídos que queria ter feito algo na vida real, não conseguiram e fizeram um filme de terror pra se satisfazer.

Há sim, outra coisa bastante importante em um filme desses é ele ser brutal, mas ai depende do gênero, porque mesmo que tenha violência, se não for algo brutal vai ser apenas um drama e apenas pessoas que tenham algum tipo de empatia contra a situação apresentada ou que sejam sensíveis vão guardar a mensagem, no caso do terror eu acredito que tenha que ser brutal e chocar de tal modo que fique gravado na mente de quem viu.

The Final, não é brutal, tem violência, mas nem chega perto de um Hostel ou até mesmo um SAW e olha que deram qualificação R nos EUA, por ter tortura e violência sádica.

Mas deixando o pensamento de lado e voltando para a analise em si, o roteiro conta com algumas passagens que não servem para nada, como o fato deles terem gravado tudo amenos que tenham usado como propaganda babaca na Internet (tipo o brasileiro ‘’Cama de Gato’’ que a cena de estupro gravado com uma webcam foi usada para causar polemica, passando uma imagem de snuff movie – que supostamente a cena seria real), o fato de terem gravado as torturas não traz nada para o roteiro, ou influencia no filme, a frase final que uma criança solta com a tela toda preta falando a respeito de uma das vitimas que escapou com o rosto deformado ‘’ela sofreu algum acidente?’’, também não traz nada, o vizinho do lugar onde rola a tortura, veterano de guerra que chega a fazer um discurso sobre como a América do Norte o trata, é um bom exemplo de trama paralela inútil, parece que a equipe falou nas filmagens ‘’há já que estamos reclamando vamos reclamar disso aqui também’’.

Mesmo com esses problemas não chega a ser um roteiro ruim, ele apenas falha feio na mensagem que queria passar, e como também tem bastante personagem, não da para sentir empatia por ninguém, quer dizer tirando o cara do banjo que vê o pai trabalhando no carro, diz que escreveu uma carta explicando tudo e que ele vai estar bem depois do que acontecer e o pai nem se dando conta que o garoto estava perto (mais invisível que isso não sei) e a empatia que eu senti por ele foi por ser invisível, não por ter sofrido com valentões.

As atuações são boas, aceitáveis o único realmente ruim foi o personagem negro, que alem de ser um afro americano estereotipado ‘’damm’’, também não tem emoções, vendo a tortura e agindo normal como quando estava contando uma novidade na carreira aos amigos. E o pior é que ele é um personagem importante para a trama.

A trilha sonora é ‘’revoltadinha’’ mas ganha pontos pelos solos de banjo, não faz sentido o cara ficar tocando banjo no meio da tortura, mas ele toca bem, e acabou casando com a ‘’performance’’ de uma torturadora enquanto dançava e aplicava agulhas na garganta de um rapaz.


Efeitos especiais são aceitáveis também, são poucos, não chamam a atenção, mas não são mal feitos.

Nota: 5

Não é ruim, daria até para concertar, ao invés de mostrar o vizinho mostrava mais a vida dos personagens sendo torturados no colégio, cortava as partes tendenciosas e fazia as cenas de violência mais pesadas, no entanto é um filme que simplesmente não é ruim, mas também não é bom.

Para: Garotinhos revoltadinhos apreciarem o lado tendencioso, moralistas verem o lado tendencioso e usar como justificativa para comentários preconceituosos.


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