Fable III

Ano de lançamento: 2010
Gênero: RPG de aventura em terceira pessoa
Plataformas: XBOX 360, PC *testado no 360
Estúdio: Lionhead Studios
Distribuído: Microsoft

A era industrial (bem, uma versão da era industrial) chega a Albion, que está prestes a enfrentar uma nova era de escuridão e apenas o filho de um grande herói que vai se tornar um herói maior ainda é capaz de liderar o reino contra as trevas!

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Peter Molyneux é um cara que faz bons jogos, trabalha conceitos diferentes e tenta fazer coisas que não são vistas em outros jogos, também tem o habito de prometer mais do que o jogo realmente é, mais pela tecnologia da época não ser suficiente para conseguir fazer o que se propõe, ficando sempre uma versão ‘’quase’’ do que ele havia prometido, foi assim com Black & White, The Movies, o próprio Fable II que é um ótimo jogo também passou por isso, a promessa era que o mundo mudaria conforme suas ações, a forma como ele falou deu a entender que você veria as mudanças em tempo real e não que o jogo seria dividido em duas partes e que as ações e mudanças seriam pré-definidas como foi no produto final...

Já tendo isso em mente achei melhor me afastar das noticias para não criar expectativas, mas acabei lendo aqui e ali algumas coisinhas, entre elas que o jogo não teria menus e nem barras de energia e coisas do tipo na tela, para passar uma experiência diferenciada e a idéia que você não estaria jogando um jogo, mas sim vivendo a aventura assim como seu estilo de combate que afetaria a forma de jogar com ataques com armas brancas, de fogo e magia. Mas não é bem assim...

Não tem menus óbvios, apenas em alguns pontos em que você pausa o jogo e pode salvar, sair, dar novo jogo e coisas do tipo, o resto que se vê na tela são ‘’dicas’’ ao se aproximar de alguém aparece um treco na cabeça da pessoa indicando que botão você pode apertar para interagir e o que faz cada botão, não tem barra de energia funcionando como qualquer FPS moderno a tela vai ficando vermelha indicando que você esta morrendo, ai ou é correr ou tomar alguma poção, anteriormente com um botão já ia para a parte onde era possível ver seus itens, customizar o personagem, selecionar as missões ativas e tudo mais, agora você precisa se teleportar para uma área especial e mágica, e lá nessa área você vai poder acessar tudo, ao invés de um menu para trocar de roupa, você vai até esse local, entra na área aonde suas roupas vão estar a amostra em manequins, ai você seleciona e finalmente troca à roupa, por um lado fica um pouco mais realista (tirando a parte da mágica) por outro te consome tempo a toa, o modo para viajar pelo mapa sem precisar ir andando também perde a funcionalidade, você precisa ir até o lugar mágico ou algum outro ponto que tenha um mapa e tendo que esperar o loading, ai você seleciona a onde quer ir e enfrenta outro loading (similar ao fast travel do Fallout 3/NV que não funciona em prédios, então você sai do prédio, loading, usa o fast travel, loading, e ai entra no outro prédio que precisa ir com um novo loading...).

As diferenças com as armas são as mesmas do Fable II, a única coisa que mudou é que agora da para misturar dois tipos de magia ao mesmo tempo (acho que mudou) e que agora não faz diferença à arma que você usa, não tem mais aquelas esferas que melhoravam a arma com o uso, ainda existem, mas agora tanto as esferas que você ganha ao matar inimigos, quanto à energia de ter relacionamentos com os npcs e os bônus das missões viram tudo uma coisa só, e essa coisa serve para abrir baús especiais, que vão estar em uma área diferente que representa sua jornada na historia, nesse caminho existem varias portas que são abertas conforme você progride e atrás dessas portas que estão os baús, alguns óbvios como melhorias para as armas outros, estranhos como tintas, opções extras de como interagir com os npcs e níveis mais difíceis nos empregos (que dão mais dinheiro).

As formas de interagir com os NPCs foram simplificadas, e não é mais possível escolher o que quer fazer, apenas ‘’fazer algo maléfico ou bonzinho’’ e agora para o NPC virar seu amigo ou ter algum envolvimento romântico é preciso dar algum presente especifico, levar o NPC para algum lugar em especial (que geralmente tem inimigos no caminho e se você não matar eles rapidamente, eles vão matar o npc, matando a única lésbica bonita que tem no jogo, malditos! Er... voltando...) ou levar alguma encomenda para alguém em outra cidade, basicamente cada NPC que você quiser ter algum envolvimento vai te dar uma missão genérica, legal que sempre vai ter coisa para fazer, mas é bem ‘’quest de mmorpg’’ missão genérica para fazer algo inútil que a única função é ter algo para fazer.

As outras novidades é o multiplayer no mesmo console (mas cada jogador precisa ter um perfil próprio) e podem fazer parcerias financeiras ou se casarem, alem das armas normais existem outras espalhadas pelo cenário, algumas delas alem do upgrade dos baús também possuem bônus especiais, geralmente causando mais dano e para abrir é preciso cumprir algum requisito, indo de matar trezentos ‘’inimigos feios’’, quebrar quatrocentas caixas e outras porcarias, ter o bônus é útil, mas não é obrigatório, eu terminei o jogo sem grandes dificuldades com as armas comuns e só comprando todos upgrades dos baús para armas brancas.

Há é também falaram que o jogo importaria o savegame do Fable II, a única coisa que interfere na historia é quando falam do gênero sexual de seu pai/mãe herói, você é filho (a) do personagem que jogou no Fable II e o jogo ignora se você realmente teve filho, a quantidade e coisas do tipo incluindo os traços físicos de seu personagem anterior, sinceramente acho que nem da para chamar isso de novidade ‘’Vou comprar esse jogo, só porque o npc quando falar do meu progenitor vai acertar o gênero sexual dele!’’.

O jogo também conta com duas partes, na segunda parte você é o rei de Albion e tem uma serie de decisões que vão alterar o mundo, exemplo:
Você deve decidir se drena o lago ou se o protege como patrimônio da natureza (ou alguma outra coisa do tipo), depois de decidir aparece um vídeo mostrando a transformação e quando você passar por lá vai estar do jeito que ficou depois da sua escolha (e do vídeo).

Tirando isso o jogo é praticamente o Fable II, diferenças gráficas, no cenário, mas o resto é o mesmo diria até que levemente piorado, já que deixou claro que tudo aquilo de construir família no Fable II não serviu pra nada e já que no Fable III as opções de interação acabaram sendo mais simplificadas ainda, acaba não incentivando investir em algum relacionamento, como fiz uma personagem feminina para honrar minha lésbica heróica do Fable II, tentei seguir os mesmos passos e descobri que em Albion não tem lésbicas bonitas, alem de ser difícil de achar quando se acha, elas são gordas, velhas, feias ou machonas... (hum...). E acabei só me casando para ver o que tinha de diferente, ao ver que não tem nada deixei de lado todos relacionamentos.

Agora o jogo não conta mais com o relógio interno do videogame, é preciso estar jogando para ganhar dinheiro com as propriedades que comprar, os empregos são três, fazer tortas, ‘’lute hero’’ e ferreiro, funcionam da mesma forma, apertar o botão indicado na seqüência e no tempo certo (apesar do nome o Lute Hero é muito mais ridículo do que um guitar hero com controle normal).

A historia é legal, a abertura com a galinha (a mesma de alguns trailers) basicamente resume a idéia, ‘’é preciso se rebelar contra os opressores e tentar lutar, mas sozinho não da para fazer muito’’, as dublagens são bacanas, contam com personagens de sotaques diferentes que ajuda a passar uma imagem melhor da vastidão do reino (apesar do mapa ser o contrario, parecendo que é tudo perto) a diferença entre o bem e o mal é estética, não chega a mudar muita coisa na historia (assim como foi nos outros Fables) não tem mais cicatrizes de combate, que chega a virar piada com npcs falando ‘’puxa como você consegue se aventurar tanto e não ficar com nenhuma cicatriz? ‘’, a variedade de missões da historia é boa, tem até uma que te transformam em um personagem de um jogo que lembra muito ‘’Dungeons e Dragons’’ e você participa ativamente de uma sessão de rpg, diga-se de passagem, foi a melhor missão e achei bastante engraçada.

Só que o resto do jogo alem de ser uma versão simplificada do Fable II é bastante repetitivo, ao invés de gárgulas, temos anões de jardim pentelhos, missões genéricas e o jogo não te estimula a tentar melhorar suas habilidades, comprar casas/lojas, fora que a customização é menor tendo menos coisas para se comprar.

Outra coisa que eu queria comentar, é que quando você vira rei, tem reuniões para tratar sobre algum assunto, um personagem é contra e o outro a favor, mas à parte ‘’engraçada’’ é que da vontade de matar os dois personagens, um é mau e ganancioso e quer que você faça a mudança para o lado ‘’mau’’ da coisa e o outro é bom, mas é aquele tipo de ‘’bonzinho hippie de faculdade que sabe tudo’’ que vai te encher o saco por tudo, falando sem parar de como VOCÊ precisa fazer algo, é, pois é, mesmo discurso ‘’quem tem mais deveria doar, mas não interessa que o resto do mundo ache que eu tenho mais, eu não acho logo não preciso doar, quem precisa doar é você que parece que tem mais do que eu’’, no meu caso, fiz tudo da forma mais honrada e boazinha possível, minha única escolha ‘’maléfica’’ foi transformar um abrigo caindo os pedaços em um puteiro de luxo, e tive que escutar um discurso sobre como eu estou errado, mesmo tendo baixado os impostos, dado incentivos, emprego, moradia e ainda cobrir o rombo nas contas do reino com minha riqueza pessoal...

Nota: 7

É legal, mas é o Fable II pelado. Vale mais para quem curte a serie e quer acompanhar a historia do cenário/reinado. E mesmo assim não vale muito, porque o terrível ser das trevas, ‘’meio que’’ não é mostrado morto e tal... No jogo é falado que acabou, mas não parece, fica meio ‘’gancho picareta para continuação’’ tipo ‘’se agente tiver uma idéia melhor... Se não tivermos vai ser esse bicho ai de novo que volta ou algo relacionado a ele’’

Para: Quem curte a serie, ou quem nunca jogou e quer dar uma chance.