Páginas

sábado, abril 23, 2011

Alan Wake



Ano de lançamento: 2010
Gênero: Ação terceira pessoa /’’survival horror’’
Plataformas: XBOX 360, PC *testado no 360
Estúdio: Remedy
Distribuído: Microsoft Game Studios

Alan Wake um escritor preso em um mundo de escuridão, procurando corrigir o passado...

Leia Mais...

A primeira vez que li sobre esse jogo, já torci o nariz à sinopse era algo como ‘’um escritor preso em um pesadelo’’ ai o ridículo jogo de palavras com o nome Alan Wake, Awake (acordado) me fizeram ignorar o resto da matéria e o jogo... Quando foi lançado todas (sim todas) publicações pagaram pau, acho que a pior nota foi na Eurogamer que deu nota sete de dez, que, diga-se de passagem, foi a melhor analise que li sobre. Mas em todo caso achei melhor dar uma olhada em vídeos antes, e pelos vídeos parecia Silent Hill com um gameplay de Resident Evil, mas pareceu divertido.

O começo é em um pesadelo que serve como tutorial, a sensação de ‘’Silent Hill’’ foi grande ainda mais com ele acordado e a cutscene explicando que Alan Wake é um escritor com um bloqueio e ele e sua esposa estão indo para uma cidade no meio do nada para descansar e tentar sanar esse problema, a custscene é muito bonita, mas logo de cara já tomei um susto (infelizmente o único) e não era para ser uma parte de terror, mas a esposa sorrindo é muito bizarro, o modo como eles falam também é mal feito parecendo animatronicos da Disney, bastante robóticos e a dublagem acaba sendo fora de sincronia, até ai nada demais ainda mais se levar em conta o resto, o cenário uma balsa percorrendo um rio em uma região montanhosa é de cair o queixo, e não é só nessa primeira parte o cenário do jogo é realmente exuberante, uma pena boa parte se passar em uma floresta à noite.

O começo lembra demais Silent Hill o fato de não acontecer nada na primeira parte, e ter que ficar andando fazendo pequenas coisinhas (que também servem como tutorial, mesmo depois do pesadelo). Quando vocês chegam na cabana algo acontece e sua mulher cai na água aparentemente morrendo, então você desperta novamente depois de um acidente de carro e descobre que perdeu mais de uma semana não se lembrando de nada, e que as idéias que tinha sobre seu novo livro parece que ganharam vida (mais pra frente volto a historia).

A idéia do jogo é que ‘’as trevas’’ corrompem os moradores da cidade, ai você precisa usar alguma fonte de luz para enfraquecer as sombras e depois poder atacar o inimigo, basicamente as trevas funcionam como um escudo não adianta ficar dando tiro antes de destruir as trevas, para isso você conta com uma lanterna, a idéia não é inovadora no ‘’Obscure’’ já era utilizada, funciona legal, mas achei tedioso ter que primeiro ficar mirando com a lanterna pra ai depois poder dar tiros e acabar com o inimigo, tem inimigos mais fortes, mais fracos, mas basicamente todos funcionam com esse mesmo principio.

Mais pra frente você encontra objetos ‘’possuídos’’ que é só iluminar até destruir e pássaros que desaparecem apenas com luz, no decorrer do jogo achei que iriam usar a idéia obvia que o próprio ‘’Obscure’’ já utilizava, que é a luz do dia fazer um papel importante, mas não... A mudança de dia para noite acontece conforme o roteiro do jogo, e as únicas partes que você joga de dia são para colher informações sobre a historia, o resto da luz é de fontes artificiais, o que chega a causar uns furos na historia, já que mostra que as trevas são inteligentes, derrubando postes e destruindo geradores e caixas de fusíveis quando é de importância para o roteiro.

A jogabilidade é meio estranha, Alan é sedentário e não agüenta correr, o botão de corrida também funciona para se esquivar, daí se por um acaso você não quiser usar as armas ou sei lá como, ficar sem munição (só joguei no normal e tem itens em abundancia) você precisa esperar o inimigo, se esquivar do golpe dar uma corridinha e repetir o processo, não da pra simplesmente sair correndo, pois eles vão te alcançar e tem inimigos que atacam de longe, como o processo de esquiva, corrida, esquiva é extremamente chato, a solução é ficar no esquema lanterna na cara e depois usar o facho de luz como mira para os tiros. A luz regenera a sua energia, porem não é toda luz apenas a luz dos checkpoints, o que achei bastante confuso.

Uma coisa bem chata também é o fato de que seus itens não são acumulativos durante o jogo, toda fase você começa sem nada ou com um equipamento básico, algumas vezes faz sentido como mostrar uma animação em que você perde a arma, outras não e o que aparentemente não faz nenhum sentido é a facilidade de encontrar os itens, no entanto rola uma possível explicação durante a historia.

Alan Wake é dividido em capítulos e funciona basicamente da seguinte forma, você termina um capitulo, o logo do jogo aparece na tela e uma musica que representa esse capitulo começa a tocar, você pode ouvir ou pular ela para o próximo, que começa com um ‘’anteriormente em Alan Wake’’ dando uma cara de seriado, por um lado é inovador e chega a ser legalzinho, por outro não tem utilidade nenhuma afinal acabou de jogar e tem um vídeo falando do que você acabou de ver? Fora que o jogo já não tem praticamente nada de terror e fica muito difícil entrar em um clima de medo, é possível encontrar manuscritos durante o jogo que ajudam a entender a historia, no entanto a mistura toda não funciona direito.

Durante toda historia temos citações de autores de terror alem de ‘’homenagens’’ como o agente do FBI que toda vez que fala com Alan chama ele por um nome de autor diferente, também rola um programa de tv, inspirado no The Twilight Zone (Alem da imaginação), e eu tentei ver as semelhanças com outros títulos de Survival Horror também como homenagens, mas não da. Em nenhum momento eu senti que estava jogando algo novo, que estava jogando esse tal de Alan Wake, era sempre ‘’há essa parte aqui sinto que estou jogando Obscure’’, ‘’Há uma ilha cheia de neblina Silent Hill feelings’’ e por ai vai, o roteiro mesmo se apega a vários clichês de terror, e parece demais com as obras ‘’homenageadas’’ parecem tanto que deixam de ser homenagens para ficar algo chato como uma colagem de varias cenas de filmes de terror. E a própria historia não causa nenhum medo, no maximo poucas cenas de susto que no meu caso passaram despercebidas, afinal como vou me assustar com um inimigo pulando do nada se o jogo fica em câmera lenta e foca a câmera no inimigo ao longe aparecendo? Podem me xingar a vontade, mas se você sentiu medo e achou Alan Wake um grande jogo de terror assustador, você é um fresco!

SPOILER


Logo no primeiro capitulo, eu pensei ‘’ele matou a mulher ficou maluco depois e tudo isso é a insanidade dele tomando conta’’, pois é um fato que a mulher dele morreu, como ela morreu, se ele ficou maluco mesmo, se ele esta certo acreditando que as trevas estão aprisionando ela, isso aparentemente não é de importância. Ai no decorrer do jogo em que explicam, ou melhor ‘’explicam’’ (LOST fazendo escola) que a cidade é especial e se pessoas especiais criarem obras especiais, na cidade elas ganham vida (fazendo assim algo especial =P) então é por isso que Alan tem facilidade para encontrar itens, ele avia escrito antes para ajudar a si próprio, ai como também falam de um poeta que veio antes de Alan e que também passou por isso e o próprio Alan coloca ele na historia para dar uma ajuda, pensei então que no final Alan descobrira que ele é um personagem da historia que ganhou vida, tento um final digno do The Twilight Zone... Mas não, preferiram fazer algo no estilo Dave Lynch que não explica porra nenhuma, mas deixa a entender que Alan para balancear a escuridão e a luz, trás sua mulher de volta, mas morre no processo.

Em resumo, não fica claro o que diabos aconteceu, se Alan é maluco, se ficou aprisionado pelas trevas, se tudo não passa de um sonho do cachorro... Ainda mais porque a produtora já anunciou que gostaria de uma seqüência e a Microsoft está investindo em novos capítulos para download.

FIM DO SPOILER

A trilha sonora é boa, tem musica da POE do David Bowie, outras bandas e algumas musicas instrumentais, as musicas com letras se encaixam bem no contexto, já as instrumentais achei um desperdício, pois tenta criar uma atmosfera de horror, que o próprio jogo cancela.


Nota: 5

Apesar de ter metido o pau (ui) Alan Wake não é um jogo ruim, ele simplesmente não é a obra prima que tentam vender e se você é um amante de terror vai ficar bastante frustrado, no entanto é um jogo interessante, como ele é curto, não tem finais diferentes, e bom nem ao menos termina já que foram anunciados capítulos separados continuando, ele não vale a pena uma compra, apenas uma locação. E a nota teve um ponto retirado porque eu não respeito nenhuma obra que usa ‘’ele é especial’’ como explicação.

Para: Você que tem medo de jogar Silent Hill.


Nenhum comentário:

Postar um comentário