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sábado, dezembro 18, 2010

Fallout: New Vegas



Ano de lançamento: 2010
Gênero: RPG, FPS, Ação em terceira pessoa
Plataformas: XBOX 360, PS3, PC *testado no PC
Estúdio: Obsidian Entertainment
Distribuído: Bethesda Softworks

Duzentos e quatro anos após a grande guerra nuclear que resultou em uma devastação sem tamanho, o mundo tenta se reconstruir em meio ao caos e você é um entregador que foi emboscado enquanto desbravava o deserto atômico...

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Fallout é foda, é tão foda que o segundo foi lançado em noventa e oito e ainda hoje eu e mais uma porrada de gente joga feliz da vida, ele foi o que chegou mais próximo a um RPG de mesa, você tinha uma liberdade incrível, tanto no decorrer da historia podendo resolver as missões de formas diferentes quanto na criação do personagem, que alem dos ‘’pontinhos’’ básicos de atributo e habilidades ainda tinham ‘’perks’’ que você escolhia para dar um ar a mais no personagem, a maioria útil durante o jogo como ‘’night person’’ que você é um ser da noite e por isso de noite é mais fácil para enxergar e tal, outros que são simplesmente divertidos como o ‘’bloodshed’’ que faz com que as pessoas em volta quando morrerem sejam da forma mais grotesca possível, o humor do jogo, as referencias com direito a encontrar uma baleia e um vaso no meio do deserto (Guia do Mochileiro das Galáxias) o próprio cenário apocalíptico, com mutantes, criaturas bizarras e um futuro inspirado nos antigos filmes de ficção cientifica dos anos 50, sendo uma mistura dessa década, mas com armas laser, robôs e energia atômica... Enfim foi um jogão, se você acha que gosta de RPG é sua obrigação jogar os primeiros Fallout.

Ai veio o Fallout 3 que foi feito por outra empresa, outra equipe e a única coisa que tem em comum com os antigos é o cenário e alguns detalhes como parte da ficha de personagem e o ‘’V.A.T.S’’ que era o sistema de turno nos antigos aonde era possível selecionar onde atacar com a porcentagem de acerto, no caso dos antigos era uma das coisas mais legais que tinha, afinal dar um murro mirando nos testículos do cara que controla o trafico de escravos na região é algo muito gratificante, ou acertar um tiro nos olhos cegando um inimigo... Porem nos novos o V.A.T.S que funciona da mesma forma, agora só certa os membros, cabeça, tronco, braços e pernas, tendo pequenas variações conforme o inimigo, antenas em insetos, censores em robôs e por ai vai, o jogo passou a ser em primeira/terceira pessoa e...

Bem sei que muita gente não vai gostar, mas eu não me importo e é verdade, Fallout 3 foi feito pela mesma empresa que fez o The Elder Scrolls IV: Oblivion, e bem dizer foi à versão ‘’futuro apocalíptico’’ do mesmo, a mesma sensação que você tem jogando um tem no outro, os dubladores são os mesmos, o motor gráfico, o estilo do roteiro... E bom um dos motivos para eu não ter feito analise do Fallout 3 é que tive medo de ser parcial demais, foi um jogo legal e tudo mais, mas pra mim não foi Fallout e depois que vi o final e o que muda enterrei ele na gaveta e pretendo nunca mais jogar.

Nesse novo Fallout, foi anunciado que a (ou parte) da equipe original dos primeiros jogos estavam presente, e que ele ia ser muito mais Fallout do que Oblivion e falaram bastantes coisas prometendo mundos e fundos e bem eu até falei com um amigo que nem queria saber o que estavam prometendo para não me desapontar... Minha primeira surpresa com o jogo foi quando o programa regulou tudo para o gráfico no nível médio, levando em conta que minha placa de vídeo é só uma GeForce 7800 GTX (não confundir com GT afinal tem uma diferença de 250 mb) e realmente o negocio tava rodando no médio, isso porque o gráfico é o mesmo (ou pouquíssimo melhorado) do Fallout 3, que é consideravelmente feio. Depois teve duas cenas em que eu não fiz nada sobre a historia, que falarei adiante e na cena em que converso com um medico e finalmente posso criar meu personagem (a criação é in-game) vi uma porção de bugs gráficos, de objetos flutuando à cabeça do medico virando 360 graus... Constantemente o jogo simplesmente travava por alguns segundos fazendo o frame-rate (a taxa de quadros por segundo) cair pra zero, achei que era devido à placa gráfica, mas infelizmente não era. Dentre os bugs tinha até um que zoava o save game, e em menos de um mês de lançamento já existe dois ou três patches tentando arrumar o jogo, os bugs gráficos continuam, é comum ter partes em que a gravidade não existe e você acaba flutuando no ar, inimigos que aparecem rompendo as leis da física grudados no mesmo ponto que tem uma pedra ou parede e coisa do tipo, bem pelo menos até o termino dessa analise (não vou atualizar, você procura ai se já sanaram todos os problemas).

E tirando o primeiro choque com os defeitos gráficos, sim são muitos defeitos! O que eu vi foi o Fallout 3 com nova cara e isso não me agradou em nada.

Agora existe um modo ‘’hard-core’’ supostamente para trazer realismo ao jogo, você precisa comer, dormir e beber, senão tem problemas gerados a falta de alguma dessas coisas, sinceramente eu não entendi que porra é essa já que armas de energia como fuzis laser está nas mãos de praticamente qualquer gangue de npc pé-rapado e é fácil encontrar vários tipos de produtos ‘’pré-guerra’’ lembrando que em teoria faz duzentos anos que ninguém fabrica porra nenhuma, pra mim esse modo hard-core poderia ser chamado ‘’nerd burro’’ que se preocupa com uma porcaria sem olhar a coisa toda, no caso ficar desnutrido porque não come, mas ignorar o fato de ser fácil achar salgadinho saudável pré-guerra... Mas o modo é opcional, então vamos em frente.

A ficha do personagem está mais interessante, os atributos e alguns perks influenciam com opções diferentes de diálogos (no 3 já tinha isso, mas aqui parece algo mais profundo) assim como qualquer RPG em primeira pessoa com armas de fogo é frustrante mirar na cara do inimigo e o tiro errar, e eu continuo perguntando ‘’não da pra fazer com que a mira trema ficando mais estável conforme vai comprando pontos na perícia? Não seria mais legal assim que você vê o porque não acertou do que algo randômico?’’.

Mas as mudanças foram poucas e a sensação que me passou é que era mais uma expansão do Fallout 3, até que cheguei em New Vegas... Ai sim começou a virar Fallout! Parece até outro jogo, os diálogos sarcásticos, as piadinhas, as missões bizarras, mini games, ta tudo lá! Só que é uma parte consideravelmente pequena comparada com o resto do jogo...

A historia, você é um ‘’courier’’ é um tipo de entregador, apesar de hoje em dia os correios também terem essa função, antigamente principalmente no velho-oeste (que é uma inspiração clara para o jogo) o entregador tinha uma função muito mais interessante, ele percorria longas distancias, lugares perigosos só para entregar o pacote, no caso do jogo você percorre o deserto e todos os perigos para isso, mas ao levar uma ficha de platina foi traído pelo empregador tomando um tiro na cabeça e enterrado em uma cova rasa, miraculosamente você sobrevive e a missão principal é descobrir o que aconteceu e se vingar (ou não), essa é a única ligação direta que você tem com o cenário, o resto você é um observador que pode se meter nos assuntos, por um lado é bom que te deixa livre pra fazer o que bem entender, por outro o jogo não tem estrutura que te ajude a definir a personalidade de seu personagem, você pode ajudar grupos antitecnologia e ser aceito por eles e ao mesmo tempo se unir com grupos pró-tecnologia, apenas nos finais diferentes é que você precisa escolher um lado especifico, mas isso só acontece perto do fim até então da para ser amigo de todos...

Os finais seguem a linha dos RPGs novos, são imagens estáticas com texto e dublagem falando o que aconteceu, diferente do Fallout 3 existem finais realmente diferentes, mas a grande maioria das variantes diz respeito a missões opcionais e npcs com quem você se alia, não tendo impacto no cenário.

Alias agora é possível andar com um npc ‘’’leve’’ do tipo um cachorro ou um robô que fica flutuando e serve mais como burro de carga, e um npc normal como um soldado, um ghoul, mutante... Os npcs tem personalidade e tem historia, mas a personalidade é bem ‘’amiga’’ se a npc falar que é do Brotherhood of Steel e você mesmo assim ajudar os inimigos deles da NCR não vai influenciar em nada durante o jogo, podendo apenas influenciar rumo final desse npc (insira aqui algum comentário irônico, sobre o ‘’realismo’’ do modo hard-core).

A trilha sonora é bem chatinha, conta com poucas musicas e o locutor principal da radio não tem carisma como o do Fallout 3, o que vale a pena em deixar o radio ligado são algumas noticias referentes a missões opcionais que você participa, eu ajudei um ex. presidiário a virar xerife e rolou uma entrevista com ele durante a posse ‘’-Andem na linha, ou eu irei atirar em vocês!’’, mas uma coisa que eu preciso elogiar é o fato de terem contratado dubles, e muitos deles, tem o Matthew Perry (Chandler), Ron Perlman (Hellboy), Zachary Levi (Chuck), Danny Trejo (se você não sabe quem é, se mata) a nerdinha Felicia Day (The Guild) e até a maravilhosa Zoe Bell, e mais uma renca de gente que tem talento e sabe interpretar com a voz. No Fallout 3 era comum ‘’ué, mas essa garota dando em cima de mim tem a voz da minha mãe...’’ Devido à falta de dubladores.

No entanto esqueceram de variar nos modelos reciclando vários deles, teve uma parte que achei que o coronel ‘’alguma coisa’’ que eu tinha ficado amigo em uma cidade do outro lado do mapa tinha virado inimigo por alguma coisa de errado que fiz em alguma missão, mas era apenas um dos vários irmãos geemos que ele não tem idéia que existam. (Sim isso foi irônico).

Nota: 7


A historia é legalzinha ter encontrado o Marcus foi como rever um velho amigo (preciso sair mais), mas o jogo mesmo é chato, você é obrigado a andar, andar muito, de quatro horas de jogo pelo menos uma hora vai perder andando no meio do nada ou com loadings, como o cenário é montanhoso é comum você achar que está indo pelo caminho mais curto e na realidade ser o mais logo, porque precisa contornar um morro... O mapa não mostra isso e não pensaram que talvez seria bacana por um perk de escalada (inserir aqui outro comentário irônico sobre o realismo do modo hard-core), e isso faz com que seja bem cansativo de ficar andando, não tem nenhum veiculo e o único modo de viagem rápida é descobrindo a localidade (indo lá, a pé) e mesmo assim é chato, pois não da para usar o esquema dentro de prédios, daí é um loading para chegar no local e mais um porque você tem que entrar no prédio... Apesar da historia bacana, esses defeitos fazem com que o jogo fique chato e cansativo, a historia não traz tantas diferenças assim aponto de me fazer querer reiniciar o jogo inteiro, para ver os diferentes finais eu simplesmente fui usando o progresso salvo em pontos chave e assim como o Fallout 3 vai pra estante para nunca mais sair de lá.

A nota é alta comparada com a critica, pela historia e por recuperar um pouco da alma do fallout. Mas mesmo assim não é igual jogar os jogos antigos, nem aquela sensação de ‘’Mad Max’’ da...

Para: Quem nunca jogou os Fallout antigo, quem acha Oblivion o melhor rpg do mundo, sedentos por um jogo com tamanho realismo que te obriga a beber água e comer (uhuuuuu!!)

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