Diretor: Ubaldo Ragona
Ano: 1964
Roteirista: William F. Leicester (inspirado no livro I Am Legend de Richard Matheson)
Gênero: Terror, Ficção Cientifica, Drama
Dr. Robert Morgan (Vincent Price) é o ultimo homem na terra, todo o resto da população foi contaminado por uma doença que as transformou em vampiros. *
*Não confundir com ‘’The Last Man on Earth: Omega Man)
Você já deve ter visto o remake com Will Smith, mas eu resolvi ver e fazer analise do original mesmo, no roteiro não tem tantas diferenças, até que o remake foi relativamente bom e apenas modernizou e retirou a parte ‘’terror’’ do filme.
No livro a doença faz com que os infectados virem uma espécie de zumbi que não tolera luzes fortes e canibais, com outras similaridades a um vampiro ou uma espécie de doença ‘’vampirica’’. Já no filme eles viram vampiros mesmo com intolerância a alho, ao próprio reflexo, luz do sol, estacas de madeira e no filme também da a entender que símbolos religiosos os afetam.
O roteiro tenta espremer o livro, tirando essa versão mais ‘’vampirica’’ dos doentes, incluindo os flashbacks de como perdeu a família, a explicação (que hoje não agrada a ninguém) do porque ele é imune à doença, sua rotina e o alcoolismo.
O filme é todo em preto e branco e conta com interpretações mais teatrais que são comuns da época, mas aqui uma das coisas que me chamou bastante a atenção é o começo que lembra uma historia de radio com imagens, o narrador é o personagem principal que diz ‘’Lá estou eu, acabo de acordar’’ e vemos a imagem do ator levantando da cama, apesar de desnecessário na maior parte acabou ficando divertido e como nunca tinha visto antes esse filme e não lembro de nenhum outro que use a mesma linguagem, gostei.
A grande sacada esta no ‘’horror’’ do filme, falo ‘’horror’’ pois uma coisa que sempre existiu no gênero é a simbologia, o horror não é um mero susto o horror é mais constante mais perturbador, é possível sentir um susto com algo mundano, mas o horror é sempre mais profundo, infelizmente nos filmes atuais o horror é apenas um gênero ‘’divertido’’ que não visa mais o medo, apenas o entretenimento, não conta mais com simbologias ou mensagens, nesse caso o horror esta SPOILERS no final Robert Morgan que vinha ‘’limpando’’ os bairros dos vampiros, matando e depois queimando seus corpos, descobre que não esta sozinho ao encontrar uma mulher, essa mulher por sua vez esta infectada, mas em um estagio controlado da doença e que existem vários outros assim, mas que ainda tem intolerância aos raios UV do sol e que ele (o dr. Robert) avia matado várias pessoas que já tinham controlado a doença e era visto por essa nova espécie como um monstro sendo temido e que deveria ser eliminado para que então pudessem criar uma nova sociedade.
A sacada aqui é que o ultimo homem da terra é que era o monstro, o vilão que apesar de existir doentes em um estagio irreversível ele não procurou entender os outros preferindo o extermínio. SPOILER.
Claro que muitos não vão compartilhar da minha visão, mas o meu ponto não esta no fato de sentir medo ou não, mas do filme conter um significado mais profundo, que apesar de ser mais lúdica devido à época, esta presente. E o horror não esta no medo do publico, mas no do personagem ao gritar ‘’You’re freaks! I’m a man! The last man...’’ Tentando ignorar o que já avia feito.
Nota: 7
Esses filmes bem antigos e os trash desconsiderem a formula que eu costumo usar, a nota aqui é única e exclusivamente sobre a minha diversão com o filme, afinal como posso julgar algo que tem uma linguagem totalmente diferente da que estou acostumado? Como julgar a atuação que hoje parece forçada sendo que todos os filmes da época tinham atores assim? Enfim... Eu genuinamente gostei.
Para: um publico bem especifico, até porque é em preto e branco.
*Esse filme é ‘’italiano’’ o diretor é italiano e o filme foi rodado na Itália, apesar dos atores americanos e da língua inglesa.
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