Franklyn

Diretor: Gerald McMorrow
Ano: 2008
Roteirista: Gerald McMorrow
Gênero: Drama (?)

Um homem que talvez tenha reencontrado um amor de infância, uma estudante de artes que esta em sua quinta tentativa de suicídio, um senhor que procura seu filho e um assassino que vive em uma realidade diferente dominada por religiões sem sentido...

Leia Mais...

Falarei sobre a historia no final, porem a trama é complicada e se eu tivesse feito uma sinopse diferente ou tentar explicar provavelmente vou tirar a graça da coisa, é um daqueles filmes que só fazem sentido perto do final.

É uma produção pequena com um relativo baixo orçamento porem conta com um visual muito bem feito, as cenas da realidade alternativa são muito bonitas, remetem um visual steampunk com uma Londres vitoriana, más com um aspecto de metrópole.

A direção segura a onda com esse roteiro complicado e mantém o interesse durante a maior parte do filme, em alguns momentos acabei me desconcentrando, não sei dizer se é por culpa da direção ou do meu estado de espírito, que não estava esperando um filme complicado =P

As atuações são variadas Eva Green interpreta bem a artista que se auto-destroi Emilia Bryant, porem os outros personagens acabam não tendo carisma, misturado por pouco espaço no roteiro com atuações que não convencem, a própria Eva Green também interpreta um outro personagem que não tem nenhum atrativo.

Boa trilha sonora, mantém um clima de suspense interessante.

Roteiro poderia passar por alguns ajustes para se tornar mais atraente e o filme ter uma duração maior para poder dar destaque para todos os personagens centrais, o trailer me passou uma imagem totalmente diferente do que o filme é e possivelmente a sinopse oficial também deve fazer o mesmo, o que vai acabar gerando reclamações de quem for assistir, a imagem que tive do trailer é que o filme era uma ficção cientifica sobre um detetive mascarado e não que teria uma trama psicológica e uma narração que ligaria personagens aparentemente sem uma única ligação. É como se tivessem vendido a imagem de um blockbuster para um filme ‘’cabeça’’ e não é uma surpresa fácil de achar agradável, esperar ver cenas de porrada e encontrar diálogos sobre perdas pessoais...

Porem se você não tem idéia do que se trata o filme e ta dando uma oportunidade por causa dessa humilde (e incrível =P) critica, já vá preparado e não leia os spoilers a seguir.



SPOILERS
Mais uma vez, se pretende ver o filme, não leia!

Jonathan Preest é o detetive/assassino, não fica claro a profissão, mas a maneira como ele próprio se retrata é a de uma espécie de assassino ‘’bom’’ ele vive em uma cidade aonde a religião é peça fundamental, todos os moradores precisam possuir uma e devido a isso as religiões são banalizadas, tendo religiões que o livro sagrado é o manual de uma maquina de lavar ou mesmo um culto de manicures, e até as trocas de religiões são comuns, porem Preest não tem nenhuma religião e vive como um fora da lei, ele precisava proteger uma menina que tinha apenas onze anos, mas ela foi morta e ele capturado e preso por quatro anos por causa do governo, depois de todo esse tempo ele encontra uma maneira de escapar e ir atrás do responsável pela morte da jovem.

Emilia Bryant é uma estudante universitária de cinema, alcoólatra, possui vários problemas com a mãe e tenta se matar diversas vezes porem fazendo sempre de uma forma segura (ligando para os paramédicos antes de tomar uma overdose de remédio por exemplo). Ela acredita que os problemas começaram com a morte de seu pai. Esta envolvida em dois projetos para a faculdade, um que é de mau gosto e visa chocar que é o de gravar sua autodestruição incluindo suas tentativas de suicídio e outra de seguir pessoas na rua e gravar seu dia a dia.

Milo um jovem que acredita ter reencontrado seu amor de infância, achando que esta sendo seguido por ela e a vendo de relance diversas vezes pela cidade, Milo que foi deixado pouco antes de seu casamento e esta morando junto com um casal de amigos.

Peter Esser um senhor religioso que procura seu filho em diversos lugares e o responsável por ligar essa trama.

Emilia tem toda essa amargura porque o pai era abusivo e a mãe um dia a pegou e a levou embora para recomeçar uma nova vida, falou que ele tinha morrido e esperava que a garota pudesse superar os traumas que passou, é Emilia que segue Milo.

Milo na infância com a morte do pai criou uma amiga imaginaria, sem saber que estava sofrendo tanto com o fim do noivado e vendo uma misteriosa mulher o seguindo acredita que é sua amiga/amor de infância até que acaba descobrindo que ela não é de verdade.

Peter procura seu filho que foi internado em um hospício depois que voltou de uma guerra e soube da morte de sua irmã mais nova.

Preest é o filho de Peter que criou uma realidade alternativa, depois que perdeu a fé e culpa seu pai pelo acidente e morte da irmã.

Único defeito mesmo é que os personagens não são bem retratados, e talvez para alguns o fato de não ter algo que ‘’desenhe’’ a trama pode acabar achando chato, em momento algum no filme é falado que Emilia seguia Milo, porem aparece ela falando que usava peruca vermelha a mesma que Milo via de costas em varias cenas, a realidade de Preest com base na religião é pelo fato da postura do pai que acredita que a morte da garotinha foi um desejo de deus, e por ai vai, nada fica cuspido é preciso prestar atenção nos detalhes para ver a profundidade do filme. O problema disso é como falei o trailer que não prepara o espectador para isso.
A forma como tudo é amarrado também não me agradou muito, pois quando tudo foi começando a fazer sentido eu me empolguei e esperava algo maior, e o final é algo ‘’ao acaso’’...

FIM DO SPOILER



Nota: 7,5

É um bom filme, visualmente bonito tem um roteiro interessante cheio de detalhes, poderia ser melhor alias deveria ter sido melhor para ‘’estourar mentes’’ (scanners? *), e tenho certeza que não vai agradar a todo mundo, em todo caso me divertiu bastante.

Para: ver prestando atenção em todas as cenas e detalhes.

*piadinha cretina