Inception (A Origen)

Diretor: Christopher Nolan
Ano: 2010
Roteirista: Christopher Nolan
Gênero: Drama, Ação, Ficção Cientifica.

Um ladrão e seu grupo especializados em um tipo de roubo muito mais audacioso do que qualquer um que exista... Roubar informações direto do subconsciente de seus alvos, através de sonhos.

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Quando vi o trailer, mais de um mês antes do lançamento fiquei bastante empolgado para assistir, acabei não conseguindo ir no mês de estréia e depois vi uma chuva de spoilers pipocando pela Internet (ou pelo menos o que eu achava que eram spoilers), de fóruns, a sites de humor e até mesmo o southpark acabou fazendo um episodio parodia, o que me fez adiar ainda mais para assistir, ai a Jeh viu falou que era bom e queria comentar, o Carlos também viu e falou que era bom e como eu infelizmente não tenho controle nenhum do que meu cérebro resolve guardar achei mais pratico assistir logo do que ficar torcendo para esquecer as informações que eu já tinha ouvido...

E bem eu achei que o spoiler estava no fato de ser um sonho dentro de um sonho, mas é parte ‘’simples’’ do roteiro, o que foi spoiler... Hum, bem SPOILERS (leia por conta e risco) é o fato de que eu já sabia que ia ter uma surpresa no final que muita gente não entendeu e que mais um monte de gente achou incrivelmente foda FIM DOS SPOILERS.

Com essa informação vaga eu já esperava um monte de coisa que a meu ver seria muito mais foda, logo acabei não vendo tanta graça assim nessa coisa dos sonhos.

A idéia é a seguinte, um aparelho conecta pessoas ao sonho de outra pessoa, aparentemente isso foi desenvolvido por militares, mas no filme mostra um grupo que usa de forma ilegal como espiões industriais roubando segredos de empresários para outras companhias.
É preciso que a vitima esteja sedada e na realidade ela vai estar no sonho de um ‘’arquiteto’’ responsável por criar o cenário do sonho e a vitima vai encher esse cenário com pessoas, que são fragmentos do subconsciente, o lance do arquiteto é para ter mais controle sobre o que eles vão encontrar lá e saber para onde ir, o ladrão assim como a vitima vai estar dentro do sonho do arquiteto. Simples né? Não muito... Também trabalha a idéia de percepções diferentes dentro do sonho, o tempo, por exemplo, parece ser mais rápido durante o sonho do que é na vida real, então uma hora no mundo do sonho seria o equivalente há poucos minutos no mundo real.


APESAR DE NÃO CONSCIDERAR SPOILER... (só pondo aviso para ninguém reclamar)
O ladrão então ganha uma missão para plantar uma idéia, coisa que alguns acham impossível, mas todas as pessoas que tem conhecimento dessa tecnologia acham perigoso demais só o fato de tentar, então para implantar a idéia eles criam um sonho dentro de um sonho...
FIM DO SPOILER.

E o roteiro trabalha a idéia do que é real ou sonho durante o filme, com o ladrão Cobb (Leonardo DiCaprio) que encontra constantemente uma projeção de uma mulher que fez parte de sua vida criada por seu subconsciente e ela acaba prejudicando ele durante as missões.

E enfim se eu falar mais sobre o roteiro provavelmente vou desagradar alguém que não viu o filme, então vamos em frente...

Tem um monte de efeitos especiais, a grande maioria por computação gráfica, boa parte da para notar caso preste atenção, mas é um efeito bom que se você estiver distraído com o roteiro ou o que está acontecendo em cena, passa despercebido.

A trilha sonora é boa, grande parte das musicas instrumentais seguindo uma linha atual com uma sinfonia orquestrada cheia de efeitos sintetizados (Moon, Saw, 28 days later...), que combina muito bem com o clima do filme que é ficção cientifica, mas não é o cenário baseado nisso, apenas um conceito de ‘’entrar’’ nos sonhos e a tecnologia para isso, em outras palavras não é tao futurista.

Boas atuações, eu considero o DiCaprio bom ator, podem não gostar dele devido a imagem de galã, mas acho que não dá para contestar que ele consegue viver personagens diferentes, não são as mesmas expressões, os mesmos trejeitos, o modo de falar... E pra mim isso é saber interpretar. Conta com Cillian Murphy, Michael Caine, Marion Cotillard, Ellen Page... Que é pra mim foi um ponto fraco, acho que é uma atriz bacana, mas é muito menina, achei que ela ficou meio ‘’fora do tom’’ com o resto do elenco, nada que chegue a prejudicar, só ficou meio estranho mesmo.

A direção e roteiro bons como sempre, Nolan consegue trabalhar com filmes longos e com muito dialogo, mas sem perder o pique, mas lá na metade acabou me cansando um pouco, mais pela idéia do que pela forma como foi executada.

Nota: 9

Mas, não pelos motivos que a maioria gostou, vou por minhas considerações e interpretação da historia no final com spoilers e tudo, mas pra mim o foco do filme foi a historia de amor de Cobb com Mal (Marion Cotillard) e não a coisa de entrar nos sonhos, pra mim isso foi só cenário. É bom, é foda, mas acho que vai depender do que você espera ao ver esse filme, no caso eu repito, não é ‘’mind blowing’’ como falam.

Para: Vale uma conferida, só não vai muito na onda do que todo mundo fala.

SPOILERS leia caso já viu ou não se incomode.

A coisa da tecnologia, os conceitos de entrar em sonhos, o subconsciente das pessoas trabalhando, as preocupações de como fazer o sonho para que a pessoa não descubra que está em um sonho, a idéia do que é real ou imaginação... Tudo isso é legal, foi mostrado de uma forma satisfatória, a personagem da Ellen Page acaba servindo mais para isso, já que ela não conhece e acaba tendo aulas sobre o assunto, assim acaba explicado de uma forma corrida, mas focando no principal, e o resto acaba sendo subentendido, como a origem dessa tecnologia sendo militar, mas é apenas o cenário.

Logo no começo do filme Cobb se encontra com Mal, dentro do sonho de uma vitima, e boa parte do filme é sobre a relação dos dois, Cobb casado com Mal, os dois ‘’agentes’’ especializados em entrar nos sonhos, que ambos estavam explorando essa tecnologia quando acabaram presos tão fundo que não conseguiram sair, vivendo por cinqüenta anos (no tempo do sonho, algumas horas na vida real) criando um mundo só deles um mundo, perfeito e quando finalmente tiveram forças para sair e acordar do sonho Mal acabou achando que a realidade era um sonho e se matou porque uma das únicas formas de se acordar de um sonho é quando se morre nele (Freddy Krueger contesta isso, mas enfim), ai o cara acusado pela morte da mulher precisa fugir e abandona os filhos, com a dor acaba criando uma versão dela em sua mente com base nas memórias e ela acaba ‘’ganhando vida’’ é o subconsciente dele, ele não tem controle sobre as ações dela, e pra mim a surpresa não foi o sonho dentro do sonho, mas sim a revelação que ele tinha plantado uma memória na mente dela e foi o responsável pelo que aconteceu depois.

E o filme todo é uma historia de amor e perda, com Cobb tendo que confrontar a memória de Mal, a responsabilidade pelo que fez e o fato dela ser apenas uma lembrança e por mais ‘’real’’ e tentador que possa ser viver no sonho com ela seria viver uma mentira, é preciso deixar para traz e seguir em frente para poder cuidar dos filhos, que estão vivos e precisam dele nesse momento...

A cena final o pião começa a tombar quando é cortado, acho que na real não foi pra passar porra nenhuma, alem de uma sensação de ‘’i alá será que é um sonho ou é real!?’’ Mais como brincadeira do diretor do que algo importante para o filme.

Sinceramente do jeito que me venderam o filme, eu fiquei esperando a Ellen Page acordando em outro lugar derrubando a torre dourada e depois falando pra Cotillard ‘’a memória foi plantada’’ e depois um close no DiCaprio dormindo. Ou alguma coisa assim, mais explicita e não um peão quase tombando seguido de um corte para uma tela preta com os créditos...

FIM DOS SPOILERS

Recomendo!